O dólar comercial opera em queda ante o real refletindo o movimento da moeda norte-americana frente a outras divisas, com o dia mais favorável ao risco após notícias de que os Estados Unidos pretende acelerar uma vacina contra o coronavírus e liberou um novo tratamento contra a doença. Na cena doméstica, a situação fiscal pode continuar trazendo cautela, mas há expectativa de que o pacote de medidas que será anunciado pelo Ministério da Economia amanhã possa trazer boas notícias.
Às 10h15 (horário de Brasília), o dólar futuro com vencimento em setembro tinha queda de 0,24%, a R$ 5,5940 na venda.
“O dólar comercial deve abrir em queda, acompanhando o movimento de sua congênere do exterior, mas a semana deve exibir novamente forte volatilidade e amplitude, em função de vários indicadores de peso nos Estados Unidos, como o PIB, índices de atividade, inflação e, o mais importante, o discurso do presidente do Federal Reserve [Fed, o banco central norte-americano] em Jackson Hole”, afirma Jefferson Rugik, da Correparti Corretora, lembrando que a semana é cheia.
No exterior, uma reportagem afirmou que o governo de Donald Trump considera acelerar uma vacina experimental contra a covid-19 desenvolvida no Reino Unido para uso nos Estados Unidos antes das eleições presidenciais. Além disso, Trump anunciou ontem que a agência reguladora norte-americana liberou o uso emergencial de plasma de convalescentes no tratamento de pacientes de coronavírus.
Os anúncios foram feitos antes da convenção republicana, que ocorre esta semana, e com o democrata Joe Biden ainda na frente de Trump nas pesquisas eleitorais.
Já na cena doméstica, investidores esperam o pacote de Guedes, no que vem sendo chamado de “Big Bang Day”. O projeto deve reunir uma série de medidas, combinando o Renda Brasil com medidas de corte de gastos, obras públicas, estímulo ao emprego, entre outras.
Para o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa, porém, o câmbio e os juros futuros devem permanecer voláteis “enquanto não se tiver uma definição do orçamento fiscal e de sua viabilidade com medidas capazes de sustentar o teto dos gastos em 2021”.