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Exportações brasileiras da piscicultura crescem 48% no 1º trimestre

Aumento da produção e da profissionalização da cadeia da atividade são fatores para o crescimento das exportações

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Tilápias | Imagem: Reprodução/ Canal Rural

As exportações brasileiras da piscicultura no primeiro trimestre de 2024 cresceram 48% em valor e 20% em peso, ante o mesmo período do ano passado. Os dados partem de um boletim editado pela Embrapa Pesca e Aquicultura em parceria com a Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR).

Foram U$ 8,73 milhões movimentados no setor entre janeiro e março, maior valor registrado para o período desde 2020, quando a Embrapa começou a acompanhar sistematicamente esse mercado.

Detalhando por mês, foram U$ 2,58 milhões em janeiro, U$ 2,61 milhões em fevereiro e U$ 3,54 milhões em março.

Ainda representando percentual pequeno com relação a toda a produção nacional, as exportações brasileiras da piscicultura têm aumentado de maneira consistente nos últimos anos. 

Segundo o pesquisador da Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO) Manoel Pedroza, na área de economia aquícola “o aumento da produção e da profissionalização da cadeia da piscicultura são alguns dos fatores que explicam o crescimento das exportações. Apesar do mercado nacional absorver a grande maioria da produção, as empresas do setor têm buscado diversificar os canais de venda por meio das exportações”.

Entre as categorias de produtos, a mais exportada no primeiro trimestre do ano foi a de filés frescos ou refrigerados, que respondeu por 65% de todo o valor movimentado: U$ 5,65 milhões. 

Na sequência, com 23% do valor movimentado no período, aparece a categoria de peixes inteiros congelados. Esses e outros dados estão disponíveis de maneira gratuita no Informativo de Comércio Exterior da Piscicultura – Trimestre 01/2024. 

O boletim é editado pela Embrapa Pesca e Aquicultura e conta com a parceria da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR).

Com 89% de participação, os valores movimentados chegaram a U$ 7,77 milhões. A seguir, cada país com 2%, estão China, Japão, Colômbia e Canadá. Diferença significativa entre o primeiro e os demais destinos.

Tilápia é destaque da piscicultura

Entre janeiro e março deste ano, 95% de todo o peixe exportado pelo Brasil foi de tilápia. A espécie movimentou U$ 8,31 milhões. 

Na sequência, ambos com 2% de participação, aparecem bagres e curimatás. E, também conforme dito pelo pesquisador, os Estados Unidos, novamente, foram o principal destino das exportações brasileiras da piscicultura no primeiro trimestre de 2024. 

Pedroza explica que “a consolidação da tilápia como carro-chefe é a principal característica verificada ao longo desse período. A importância do mercado norte-americano como principal destino das vendas e o crescimento dos embarques de filés frescos de tilápia são outros pontos de destaque”.

Fazendo o recorte para a principal espécie exportada (que também é a mais cultivada no Brasil), dos U$ 8,31 milhões movimentados pela tilápia, U$ 5,64 milhões (ou 68%) foram na categoria de filés frescos ou refrigerados. Na sequência, com 23% da movimentação financeira (U$ 1,87 milhão), aparece a categoria de tilápia inteira congelada.

Com relação ao preço, quatro das cinco categorias tiveram aumento no primeiro trimestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2023. A categoria que conseguiu maior preço foi a de filé fresco ou refrigerado, com U$ 7,57 por kg, registrando aumento de 17% com relação ao preço do primeiro trimestre do ano passado, que foi de U$ 6,45 por kg.

Paraná (com 81% dos valores), São Paulo (responsável por 12%) e Bahia (com 4% do total movimentado) foram os três estados que mais exportaram tilápia no primeiro trimestre de 2024. Nos três, a categoria de filés frescos ou refrigerados foi a líder.

“As exportações de outros peixes de cultivo têm crescido, em particular do tambaqui. Organizações e empresas da cadeia do tambaqui têm realizado ações para abertura de mercados no exterior (ex: Estados Unidos) e é possível que isso resulte num aumento das exportações nos próximos meses de 2024”, conclui o pesquisador.