'SÃO PAULO NOS TRILHOS'

Ferrovia: SP tem plano para ampliar malha em 890 km

Governador assina nesta semana contrato para construção de trecho entre capital e Campinas, e aproveitará para lançar programa com 13 de linhas de trem e metrô

trilhos em ferrovia
Foto: Pixabay

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), assinará na quarta-feira (29) contrato de concessão para a construção do Trem Intercidades Eixo Norte, que ligará São Paulo a Campinas. Ele afirmou que aproveitará a ocasião para lançar o programa São Paulo nos Trilhos, iniciativa que engloba 13 projetos entre linhas de trem e de metrô, totalizando mais 890 quilômetros na rede estadual.

“Estamos montando uma carteira de longo prazo”, afirma o governador. Os projetos envolvem investimentos públicos e privados.

Para construir os cerca de 890 km em novos trilhos, o investimento previsto é de R$ 130 bilhões apenas entre os nove projetos já inclusos no Programa de Parceria de Investimentos (PPI). Além deles, estão em estudo três trens intercidades: São José dos Campos-Taubaté, Sorocaba-Campinas-Ribeirão Preto e Campinas-Araraquara, além da Linha 22-Marrom do Metrô, ligando São Paulo a Osasco e Cotia. A seguir, trechos da entrevista com o governador.

Como será o programa São Paulo nos Trilhos?

A gente vai lançar no dia 29 de maio. Nesse dia, a gente vai assinar o contrato do Trem Intercidades Eixo Norte, que é o Campinas-São Paulo. A gente chegou ao final do processo agora, vamos assinar o contrato de concessão e vamos aproveitar e lançar o programa São Paulo nos Trilhos. Já temos nove projetos de mobilidade urbana qualificados no nosso Programa de Parceria de Investimentos (PPI). E tem mais quatro que estão em avaliação. Então são 13 projetos.

Há algum prazo para esses quatro projetos que estão em avaliação serem submetidos ao PPI?

A gente vai continuar estudando. A gente está montando uma carteira de longo prazo, raciocinando para o futuro. Vamos começar pelas obras em execução. Tenho a Linha 6 do Metrô, a Linha Laranja. A previsão é que essa linha comece a operar em 2026, pelo menos da Brasilândia até a estação Sesc Pompeia. Ela vai estar completamente concluída em 2027. A outra obra em andamento é da Linha 2 do metrô no trecho Vila Prudente-Penha. Já demos a ordem de serviço para o projeto executivo e a nossa ideia é iniciar a obra a partir do ano que vem do trecho Penha até Dutra. Essa é a próxima “perna”. Se eu somar essas obras que já estão em andamento, estou falando de investimentos de R$ 31 bilhões: R$ 18 bilhões da Linha 6 e mais R$ 13 bilhões da Linha 2. Isso é obra em andamento. Temos o leilão do Trem Intercidades Eixo Norte Campinas-São Paulo, R$ 14,2 bilhões de investimento, sendo que R$ 8,5 bilhões de contrapartida do Estado. Temos os projetos que estão bem adiantados e prontos para ir à consulta pública: Linhas 11, 12 e 13 da CPTM. Temos também o Trem Intercidades Eixo Oeste, de Sorocaba a São Paulo. É um projeto que está bastante adiantado e que vai se conectar à Linha 8 da CPTM. As Linhas 11, 12 e 13 devem ir para consulta pública em breve.

Ainda neste ano?

Sim. O leilão vai acontecer ou no final deste ano ou no início do ano que vem. A questão de definição de data de leilão é sempre conversada com o mercado. O mercado precisa se preparar. São obras de grande porte e que demandarão muito investimento. Obviamente, existe a contrapartida do estado.

E os demais projetos?

Temos um estudo que está bem adiantado também para as Linhas 10 e 14 da CPTM. A Linha 10, que já existe e chega no ABC, e a Linha 14 que é uma aposta. Seria uma linha, a primeira do gênero, que vai cruzar a cidade de São Paulo e ligar o ABC a Guarulhos. Ela cruza toda a zona leste da capital fazendo a interconexão com as linhas da CPTM que estão operando. Estamos estudando as concessões das Linhas 1, 2, 3 e 15 do metrô. A ideia é de que a gente faça a concessão agregando uma linha existente com a construção de uma linha nova. A linha existente, em operação, gera receita e a gente impõe a construção de uma linha nova. Essas linhas serão conjugadas com as Linhas 19, 20 e a Linha 16. A Linha 16 vai chegar à zona leste de São Paulo, a Linha 19 vai ligar o Anhangabaú a Guarulhos e a Linha 20 ligará o Centro de São Paulo ao ABC. A gente deve começar, inclusive, a construção dessa linha pelo ABC, a partir de Santo André.

São muitos projetos envolvendo tanto aportes do Estado quanto da iniciativa privada. O mercado consegue absorvê-los?

Consegue. Preciso, primeiro, distribuir isso no tempo. Obviamente, se eu chegasse agora e resolvesse fazer cinco leilões de transporte metroferroviário no ano que vem não terá player (empresa) para tudo. Eu tenho de dosar: consigo fazer dois, três leilões por ano. Não consigo fazer mais do que isso porque vai faltar capacidade no mercado.