Economia

Gigante chinesa arremata terminal de grãos no Porto de Santos

A chinesa Cofco International arrematou o direito de explorar o terminal STS 11, destinado a granéis sólidos vegetais como soja e açúcar

A Cofco International, gigante chinesa de alimentos, arrematou o direito de explorar o terminal STS 11 do Porto de Santos, destinado a granéis sólidos vegetais como açúcar, grãos de soja, milho e farelo de soja, em leilão realizado nesta quarta-feira (30), na B3, em São Paulo.

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A Cofco International Brasil venceu um leilão da concessão para operar por 25 anos um terminal de grãos no Porto de Santos. Foto: Cofco/Divulgação

A empresa terá de investir R$ 764,8 milhões na instalação, que será um dos maiores terminais portuários do Brasil dedicados a granéis vegetais, com capacidade anual para movimentar 14,3 milhões de toneladas.

Localizado no Paquetá, entre os armazéns 12A e 15 da margem direita do Porto de Santos, o empreendimento será implantado em duas etapas, com a disponibilização de aproximadamente 62 mil metros quadrados na primeira fase. No terceiro ano do arrendamento será agregada nova área, resultando em um total de 98 mil metros quadrados.

Investimento

A Cofco explorará o ativo por 25 anos, com possibilidade de sucessivas prorrogações até o limite máximo de 70 anos, a critério exclusivo do poder concedente. A empresa arrematou o ativo ao ofertar outorga de R$ 10 milhões à Santos Port Authority (SPA) a ser paga da seguinte forma: 25% do valor no ato de homologação do resultado e mais cinco parcelas anuais.

A arrendatária pagará ainda à SPA R$ 3,7 milhões por mês a título de arrendamento fixo (pela exploração da área) e R$ 5,63 por tonelada movimentada referente ao arrendamento variável. Considerando a movimentação média esperada para o contrato, o potencial de receita anual arrecadada pela SPA será da ordem de R$ 100 milhões.

Os investimentos contemplam obras em dois berços de atracação – incluindo reforço de cais, dragagem de aprofundamento e aquisição de dois shiploaders -, demolição e construção de novos silos e armazéns, infraestrutura ferroviária e recuperação de prédio histórico no local.

“O STS 11 consolida o planejamento de clusterização do Porto por tipologia de cargas, eliminando áreas pequenas e pouco produtivas. Teremos agora um dos principais terminais de granéis vegetais do País e que representará importante receita para SPA. Este é o sexto leilão de uma carteira de 11 que definimos para o intervalo 2019-2022. Até o fim do ano teremos mais cinco”, disse o diretor-presidente da SPA, Fernando Biral.

Segundo o diretor de Desenvolvimento de Negócios e Regulação da SPA, Bruno Stupello, “a assunção do terminal por um player global da envergadura da Cofco reforça a importância do ativo e a estratégia acertada do projeto, que considerou a otimização da área, até então subutilizada. O novo contrato representará a maior receita patrimonial da SPA, reiterando a metodologia de precificação de ativos de infraestrutura desse porte”.

Porto de Santos

Com o arrendamento do STS 11, o Porto de Santos já promoveu seis dos 11 leilões definidos no planejamento para o período 2019 – 2022. São eles o STS 13A (granéis líquidos), STS 20 (granéis sólidos minerais), STS 14 e STS 14A (celulose), STS 08A (granéis líquidos) e STS 11.

Outros terminais

O governo federal, por meio da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), também leiloou hoje outros terminais portuários.

O SUA07, em Suape, foi arrendado pelo consócio Sua Granéis, com proposta de R$ 15 milhões. A licitação prevê a operação de um terminal multipropósito, com a movimentação e armazenagem de granéis vegetais, granéis minerais e carga geral. O consórcio, o único participante do certame, deverá realizar investimentos de R$ 59,8 milhões.

A capacidade do terminal deverá ser expandida, pela empresa vencedora, para realizar a movimentação de 910 mil toneladas por ano de granéis minerais; 220 mil toneladas por ano de granéis vegetais e 90 mil toneladas por ano de açúcar ensacado.

O terminal PAR32, em Paranaguá, foi arrematado pela FTS Participações, com valor de outorga de R$ 30 milhões. O certame teve duas empresas participantes. O terminal será destinado à movimentação e armazenagem de carga geral, especialmente açúcar ensacado, e está localizado dentro do porto organizado de Paranaguá. A companhia vencedora deverá investir R$ 4,17 milhões.