Paste this at the end of the

tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Diversos

Governo pretende alterar política de preços da Petrobras

Segundo fontes da equipe econômica, não há espaço fiscal para a criação de uma medida que envolva subsídio ao preço do diesel pago pelo Tesouro

Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil

O governo estuda algumas propostas para resolver o impasse em torno da decisão do presidente Jair Bolsonaro de mandar a Petrobras suspender o reajuste dos preços do óleo diesel. Uma das medidas apresentadas é a redução da margem de autonomia para a gerência de comercialização da companhia conceder o reajuste. Também está sendo cogitada a ampliação do número de pessoas a serem consultadas para alteração dos preços.

Nesta segunda-feira, dia 15, depois de reunião com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, afirmou que ainda não há uma decisão sobre manter o reajuste no preço do óleo diesel, mas acrescentou que a empresa é “livre”.

Está marcada para esta terça uma reunião de Bolsonaro com a equipe econômica e representantes da Petrobras para bater o martelo. “Não tem nenhuma decisão. A Petrobras é uma coisa, outra é o governo. O governo quer abordar a questão dos caminhoneiros, a Petrobras tem sua vida própria”, afirmou Castello Branco ao deixar o Planalto.

O jornal O Estado de S. Paulo apurou que também está sendo avaliada uma nova metodologia para cálculo dos reajustes. Uma das ideias seria aplicar em reajustes mensais a média de quatro meses dos preços internacionais. O problema desse mecanismo é que, se o preço cair e a Petrobras não acompanhar, ela perde mercado para importadores.

Segundo fontes da equipe econômica, não há espaço fiscal para a criação de uma medida que envolva subsídio ao preço do diesel pago pelo Tesouro, como o praticado no governo do ex-presidente Michel Temer. O bloqueio de R$ 30 bilhões no Orçamento deste ano mostra que não há como bancar um novo “bolsa-caminhoneiro”, asseguram as fontes.

Na semana passada, a Petrobras anunciou reajuste de 5,7% no preço do diesel, mas Bolsonaro determinou a suspensão do aumento. Segundo auxiliares, o presidente sabe que precisa conceder o reajuste pela volatilidade de preço do petróleo e, no momento, quer “entender” a metodologia da empresa.

Hoje, a área técnica de marketing e comercialização da Petrobras tem delegação para realizar ajustes desde que estejam nesta faixa de -7% a +7%. Fora deste intervalo, as alterações nos preços precisam ser aprovadas pelo Grupo Executivo de Mercado e Preços, composto pelos diretores de refino e gás, financeiro e de relacionamento com investidores, conforme decisão de junho de 2017.

Além de resolver o imbróglio do preço do diesel, Bolsonaro precisou administrar um problema maior: o descontentamento do ministro da Economia, Paulo Guedes. Bolsonaro foi alertado que a sua interferência na Petrobras trouxe prejuízos muito maiores do que os R$ 32,4 bilhões que a empresa perdeu com a queda de suas ações no dia seguinte à intervenção. Nesta segunda, em encontro com Bolsonaro, Guedes defendeu que a política de preços é uma decisão da Petrobras, cabendo à petrolífera definir a metodologia de reajuste. Os papéis da estatal fecharam praticamente estáveis.

 

Medidas estruturantes

Bolsonaro quer ainda anunciar o que está chamando de “medidas estruturantes” para o setor de transporte rodoviário, que está enfrentando problemas, agravados no ano passado pela greve dos caminhoneiros. Entraria nesse pacote medidas para o tabelamento do preço do frete.

O governo pretende também divulgar medidas que já foram tomadas, como criação do cartão do caminhoneiro, alongamento do prazo para entre 15 e 30 dias para o reajuste do diesel, o maior controle da “indústria” da multa dos pardais, a construção dos locais de repouso nas rodovias e a busca pela conclusão das obras de infraestrutura das principais rodovias nacionais, como a BR 163 e BR-242.

A Petrobras já havia mudado a política de preços este ano para reajustes a cada 15 dias e estava usando mecanismos de mercado para que a companhia não tivesse prejuízo. O entendimento na equipe de Guedes é que a estatal não pode ter perdas causadas por uma política pública do seu acionista controlador e reajustes mais longos poderiam causar aumentos maiores quando houver elevação do preço do barril Brent. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Sair da versão mobile