Ontem, 2 de fevereiro, o presidente dos EUA, Donald Trump, impôs tarifas de 25% sobre produtos do México e Canadá e 10% sobre importações da China, alegando preocupações com imigração e tráfico de drogas. Essas medidas geraram respostas imediatas dos países afetados. O Canadá, por exemplo, anunciou tarifas retaliatórias de 25% sobre US$ 155 bilhões em produtos americanos, incluindo itens como bebidas alcoólicas, alimentos e eletrônicos.
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O primeiro-ministro Justin Trudeau destacou que as tarifas prejudicam tanto canadenses quanto americanos, mas enfatizou que uma parceria seria mais benéfica do que medidas punitivas.
EUA x China
A China levou o caso à Organização Mundial do Comércio (OMC) e condenou a imposição da tarifa, mas sinalizou que ainda está aberta a negociações para evitar uma escalada no conflito comercial. Pequim afirmou que contestará a medida na OMC e tomará “contramedidas” não especificadas. No entanto, a resposta chinesa foi mais moderada do que as reações anteriores, sugerindo uma tentativa de manter espaço para o diálogo.
Os americanos justificam as sanções à China como uma forma de pressionar Pequim a combater o tráfico de fentanil para os Estados Unidos. Os chineses optaram por um tom mais diplomático, enfatizando que a ação dos EUA “viola seriamente” as regras internacionais de comércio e pedindo cooperação entre os países.
A China ressaltou que a crise do fentanil é “um problema dos Estados Unidos” e não uma
questão comercial. O governo chinês afirmou que já colaborou com os EUA no combate ao
narcotráfico e obteve “resultados notáveis”, rebatendo a justificativa de Trump para as novas tarifas. A declaração reforça a intenção de Pequim de separar disputas comerciais de questões de segurança e saúde pública.
OMC
Embora o gigante asiático tenha recorrido à OMC, o impacto dessa ação será limitado, já que o sistema de solução de disputas do órgão está paralisado desde 2019 devido ao bloqueio dos EUA à nomeação de juízes.
Assim, a contestação na OMC serve mais como um posicionamento simbólico para reforçar a defesa de um comércio baseado em regras, um princípio historicamente defendido pelos EUA antes da era Trump.
Acordo de Paz
Apesar das tensões, analistas acreditam que a China tentará chegar a um acordo com Trump para mitigar o impacto das tarifas, especialmente devido à fragilidade de sua economia. O superávit comercial chinês de quase US$ 1 trilhão no ano passado representa uma vulnerabilidade para Pequim, que já enfrenta dificuldades em manter a demanda interna aquecida. Por isso, o governo vem se preparando há meses para essa situação, buscando maior autossuficiência em setores estratégicos e fortalecendo laços com aliados
Vizinhos
O México também prometeu retaliar, embora não tenha detalhado as ações específicas. A
presidente Claudia Sheinbaum criticou as acusações de Trump sobre alianças com organizações criminosas e reafirmou o compromisso do México em combater o tráfico de drogas, incluindo o fentanil. Ela ressaltou a importância da colaboração entre os países, mas rejeitou qualquer forma de subordinação.
EUA x UE
A União Europeia (UE) expressou preocupação com as tarifas e afirmou que responderia
firmemente se fosse alvo de medidas semelhantes. A UE destacou que as tarifas prejudicam todos os lados, aumentando custos e inflação. Trump já havia criticado a relação comercial entre os EUA e a UE, chamando-a de injusta, e ameaçou impor tarifas adicionais. Analistas alertam que essas medidas podem desencadear uma guerra comercial global, com impactos econômicos significativos, incluindo recessão no Canadá e no México e aumento da inflação nos EUA.