NY volta do feriado com os balanços do Goldman Sachs e do Morgan Stanley, antes da abertura. Entre os indicadores, sai a atividade do Empire State em janeiro (10h30), enquanto o investidor espera pelos dados do varejo nos EUA e o Livro Bege (ambos na 4ªF) para confirmar as apostas de que o Fed começará a cortar o juro em março, como indica o CME Group, com mais de 70% de chances. A agenda mais importante para as commodities vem no final da noite, quando a China divulgará o PIB e a produção industrial.
Aqui, o ministro Fernando Haddad começa a negociar alternativas à MP que revogou a desoneração da folha de pagamentos. Ele deve se encontrar hoje com Lira para costurar um acordo, segundo informou a GloboNews. À saída do encontro da noite de ontem com Rodrigo Pacheco o ministro não deu declarações.
Presente à reunião, Jaques Wagner disse que uma decisão sobre a MP da reoneração só está prevista para sair na volta do recesso parlamentar, em fevereiro. Segundo fontes do Broadcast, a equipe econômica está disposta a aceitar um meio-termo entre a política atual, que desonera a alíquota para 17 setores, e a proposta do governo de reoneração gradual até 2027.
Governo e Congresso estariam discutindo uma transição mais longa para a desoneração da folha, até 2029. Uma possibilidade cogitada seria Lula editar uma nova MP com o tema isolado da desoneração da folha. A tendência é de que o Congresso aceite as outras medidas da MP, como a reoneração aos municípios, ao setor de eventos e ainda o limite de compensação para o uso de créditos tributários obtidos por decisão judicial.
Entre as alternativas ventiladas para compensar a desoneração, está a taxação de compras online. Estudo da Federação das Indústrias de MG aponta que a tributação das compras de até US$ 50 em sites estrangeiros pede gerar receita suficiente para o governo bancar a desoneração da folha.
Haddad continua brigando pelo déficit zero, enquanto o mercado já trabalha com -0,8% do PIB e o próprio boletim Prisma Fiscal de janeiro, da Fazenda, projetou que o governo entregará déficit de R$ 86,1 bilhões.
Existe a suspeita no mercado de que toda a polêmica levantada em torno da desoneração possa ser um indício de que a meta fiscal será revisada, numa espécie de script pronto para Haddad desistir da promessa.
O novo arcabouço prevê que gatilhos de contenção de gastos sejam disparados nos próximos dois anos se houver déficit maior do que 0,25% no PIB, o que pode tirar até R$ 16,2 bi do espaço fiscal do governo em 2026. A estimativa foi obtida pela Folha, com base em cálculos do Executivo.
MAIS AGENDA – Haddad participa no fim da tarde (17h20) de evento do BB, em Brasília. Entre os indicadores, saem a prévia do IPC-S (8h) e o volume de serviços (9h), que deve avançar 0,5% em novembro.
LÁ FORA – O diretor do Fed Christopher Waller participa de evento às 13h. Na Alemanha, além da leitura final de dezembro da inflação ao consumidor (CPI), às 4h, sai o índice ZEW, de expectativas econômicas em janeiro (7h).
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