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Hamilton Mourão defende mais investimento árabe o Brasil; agro pode ser um dos beneficiados

Para o vice-presidente, países árabes podem ser pontos de distribuição de mercadorias brasileiras para pelo menos 2 bilhões de consumidores

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, defendeu nesta quinta-feira, 22, durante o Fórum Econômico Brasil & Países árabes a ampliação dos investimentos árabes no Brasil por meio do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do governo federal.

No mesmo tom do chanceler Ernesto Araújo e do presidente da República, Jair Bolsonaro, dias antes no mesmo evento, Mourão destacou que o governo tem trabalhado para criar um ambiente político propício para a diversificação dos investimentos bilaterais com a Liga Árabe, bloco que entre 2004 e 2019 investiu no Brasil US﹩ 13,7 bilhões em áreas como petróleo e gás, alimentos, energia, portos, aviação e manufatura, segundo um levantamento da Câmara Árabe divulgado no evento.

“Os investimentos árabes no Brasil são expressivos e o programa de parcerias de investimentos representa novas oportunidades para ampliar a cooperação”, disse o vice-presidente a uma plateia que incluía, além dos investidores, autoridades governamentais dos países árabes.

Mourão ressaltou o longo histórico dos laços entre o Brasil e os países árabes, o fato de haver grande integração econômica entre os dois lados da parceria e de existir no Brasil uma comunidade de descendentes de árabes estimada em 11,6 milhões de pessoas, segundo pesquisa feita pelo Ibope a pedido da Câmara Árabe, também divulgada na mostra virtual.

O vice-presidente do Brasil também fez um aceno em favor de um maior equilíbrio na relação com os árabes, ao defender que empresas brasileiras utilizem os países árabes para acessar novos mercados via reexportação.

Segundo Mourão, Catar, Emirados Árabes e Omã, países que já são hubs regionais de distribuição de mercadorias, contam com infraestrutura, legislação específica e Zonas de Processamento de Exportações (ZPEs) com potencial para atingir pelo menos dois bilhões de consumidores em todo mundo por meio de acordos de livre comércio já em vigor.

O vice-presidente destacou ainda a complementariedade das economias árabe e brasileira e fez questão de ressaltar que a Liga Árabe representa a terceira parceria comercial do Brasil, atrás somente da China e dos Estados Unidos, ao adquirir em 2019 um total de US﹩ 12,24 bilhões em produtos brasileiros, a maior parte do agronegócio.

Para o presidente da Câmara Árabe, Rubens Hannun, no entanto, apesar de expressiva, a relação ainda está longe de atingir todo o seu potencial. “O comércio bilateral e o fluxo de investimentos podem avançar muito mais, com a criação de linhas logísticas diretas entre portos árabes, com acordos de livre comércio e proteção de investimento”, afirma.

Hannun lembra que os fundos soberanos árabes têm US 2,3 trilhões disponíveis para investir e interesse imediato em áreas como segurança alimentar, infraestrutura e logística, e em áreas não convencionais, como energia limpa e tecnologia.