O presidente Jair Bolsonaro considerou que o Executivo poderá enviar um projeto para o Congresso na semana que vem, zerando o imposto PIS e a Cofins sobre a gasolina nos mesmos moldes do PL aprovado na sexta-feira (11), para o diesel.
“Existe essa possibilidade. Conversei com o Banco Central também sobre o quanto (o aumento dos combustíveis) influencia na inflação”, disse o presidente.
O chefe do Executivo comentou que o preço da gasolina está “bastante alto” no Brasil.
Ele também disse que o principal objetivo do Banco Central, principalmente depois que se tornou “independente”, é o de manter a inflação sob controle.
Na realidade, o Congresso Nacional aprovou no ano passado a autonomia da autoridade monetária.
Bolsonaro disse ainda que é um direito dos governadores pedirem ao Supremo Tribunal Federal (STF) medidas para evitar alterações de cobrança do ICMS sobre o diesel.
“É um direito deles, mas espero que o Supremo entre por esse lado da excepcionalidade do momento que vivemos. Uma guerra lá fora… Mal acabamos a pandemia, parece que acabou a pandemia ao que tudo indica, e surge outro problema que influencia o preço de tudo aqui dentro, pois o combustível está atrelado a tudo”, afirmou o presidente.
Paulo Guedes
O presidente Jair Bolsonaro reforçou a importância do ministro da Economia, Paulo Guedes, para o seu governo e disse que, qualquer solução que ainda seja encontrada para minimizar o repasse dos preços internacionais do barril de petróleo para o mercado doméstico terá de receber o aval de um de seus pilares da campanha, que também ficou conhecido como “Posto Ipiranga”.
O chefe do Executivo explicou que o próprio Guedes já sinalizou que poderia usar subsídios, mas apenas no caso de a guerra entre Rússia e Ucrânia se estender por muitos mais meses.
“Temos que nos preparar para, se por ventura, esse conflito lá longe continuar… (o preço do petróleo) está em torno de US$ 115 o barril, se aumentar vamos ter reflexos aqui dentro. Aí entra a equipe do Paulo Guedes”, comentou.
“Numa emergência temporal, até que (o preço) se restabeleça lá fora, o governo (pode) dar uma ajuda pro lado de cá. Mas isso passa pela palavra final do ministro da Economia”, enfatizou.
Quando questionado sobre de onde sairiam os recursos para um possível subsídio, Bolsonaro lembrou que o país ainda vive num momento de pandemia. “Quando começamos lá atrás a pagar o auxílio emergencial de R$ 600, o endividamento mensal nosso era da casa dos R$ 50 bilhões. Se tiver que subsidiar isso daí (combustíveis), pode ter certeza que vai equivaler a 5% desse valor”, calculou.
O presidente disse que o ideal seria não ter de gastar recursos públicos com subsídio.
“Mas se preciso for, para a economia do Brasil aqui não parar, não travar, nós preferimos. O Paulo Guedes vai preferir uma medida como essa ou uma alternativa equivalente”, cogitou. Bolsonaro evitou dar um prazo para que essa medida pudesse ser colocada em prática. “Não dá para falar um ‘se’. Estamos pensando sempre no pior, para não sermos surpreendidos. Talvez fale com ele (Guedes) hoje se for necessário”, disse. “A gente tem que buscar estar preparado e se antecipar aos problemas.”