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Economia

Inflação: IPCA-15 é o mais elevado para o mês em quatro anos

Os principais responsáveis pela alta foram os transportes, que tiveram alta de preços de 1,31%, puxada pelos combustíveis

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que mede a prévia da inflação oficial, ficou em 0,72% em abril deste ano. A taxa é superior às registradas em março deste ano (0,54%) e em abril do ano passado (0,21%). É também a maior taxa para o mês desde 2015 (1,07%).

Segundo dados divulgados nesta quinta-feira, dia 25, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA-15 acumula taxas de inflação de 1,91% no ano e de 4,71% em 12 meses. Os principais responsáveis pela inflação da prévia de abril foram os transportes, que tiveram alta de preços de 1,31%, puxada pelos combustíveis (com alta de 3%), em especial, a gasolina (3,22%).

Período Taxa
Abril de 2019 0,72%
Março de 2019 0,54%
Abril de 2018 0,21%
Acumulado no ano 1,91%
Acumulado em 12 meses 4,71%

Os alimentos e bebidas também tiveram um impacto importante no IPCA-15, com uma inflação de 0,92% na prévia do mês. A alimentação no domicílio variou 1,43%, após subir 1,91% em março. O destaque ficou com o tomate (27,84%), segunda maior contribuição individual no índice do mês, com 0,07 ponto percentual (p.p). Também contribuíram para esse resultado as carnes (1,55%) e as frutas (3,36%), ambas com 0,04 p.p. de impacto. A cebola, que havia tido deflação em março (-0,34%), subiu 13,44% em abril, e a batata-inglesa, cuja alta havia sido de 25,59% no mês anterior, desacelerou, variando 6,10%. Já o feijão-carioca caiu 2,38% no mês, frente à alta de 41,44% em março.

A alimentação fora (0,00%), por sua vez, ficou estável de um mês para o outro. Enquanto a refeição teve queda de 0,27% em abril, o lanche registrou alta de 0,46%.

Outro grupo que influenciou a prévia da inflação foi saúde e cuidados pessoais (1,13%). Apenas o grupo de despesas com comunicação teve deflação, ou seja, queda de preços (-0,05%). As demais classes de despesas tiveram as seguintes taxas de inflação: educação (0,06%), despesas pessoais (0,12%), habitação (0,36%), artigos de residência (0,41%) e vestuário (0,57%).

Grupo Variação (%) Impacto (p.p.)
Março Abril Março Abril
 
Índice Geral 0,54 0,72 0,54 0,72
 
Alimentação e Bebidas 1,28 0,92 0,32 0,23
Habitação 0,28 0,36 0,04 0,05
Artigos de Residência -0,23 0,41 -0,01 0,02
Vestuário 0,06 0,57 0,00 0,03
Transportes 0,59 1,31 0,11 0,24
Saúde e Cuidados Pessoais 0,38 1,13 0,05 0,14
Despesas Pessoais 0,22 0,12 0,02 0,01
Educação 0,34 0,06 0,02 0,00
Comunicação -0,19 -0,05 -0,01 0,00
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor.

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O grupo dos Transportes, que havia apresentado alta de 0,59% em março, acelerou para 1,31%, principalmente por conta dos combustíveis (3,00%) e, particularmente, da gasolina (3,22%), que teve o maior impacto individual no índice do mês (0,14 p.p). A única região com queda no preço da gasolina foi Goiânia (-1,62%). Já a maior alta foi na região metropolitana de Porto Alegre, onde o preço nas bombas de combustível subiu, em média, 9,73% na comparação com o mês anterior. O etanol (de 2,64% para 2,74%) e o óleo diesel (de 0,67% para 1,06%) também subiram, com leve aceleração no nível de preços de um mês para o outro.

Ainda em Transportes, destaca-se a variação dos ônibus urbanos (1,04%), em função de reajustes observados nas seguintes regiões. Outros meios de transporte público, como o trem (3,05%) e o metrô (0,68%), também tiveram seus preços reajustados em algumas áreas pesquisadas. No primeiro, a alta reflete o reajuste de 27,30% no valor da passagem em Porto Alegre (23,89%), vigente desde 13 de março. No segundo, o resultado deve-se ao reajuste de 6,98% na tarifa do Rio de Janeiro (2,79%), que entrou em vigor no dia 2 de abril.

As passagens aéreas (5,54%) também subiram de março para abril, embora tenham desacelerado em relação ao mês anterior, quando a alta foi de 7,54%.

O resultado do grupo Saúde e cuidados pessoais (1,13%) foi influenciado principalmente pelo item higiene pessoal (2,61%), cujo impacto foi de 0,07 p.p. Dentro desse item, o destaque foram os perfumes, que haviam subido 0,49% em março e aceleraram para 6,94% em abril. Cabe mencionar ainda a alta dos remédios (0,72%), refletindo parte do reajuste anual, em vigor desde 31 de março, cujo teto é de 4,33%.

Em Habitação (0,36%), o item energia elétrica subiu 0,58% em abril, pouco acima do registrado em março (0,43%). As regiões pesquisadas tiveram variações que vão desde a queda de 3,40%, em Belo Horizonte, até a alta de 9,46%, no Rio de Janeiro, onde foram concedidos reajustes médios de 11,53% e 9,72% nas concessionárias, vigentes desde 15 de março. No dia 1º de abril, esses reajustes foram reduzidos para 8,80% e 7,30%, respectivamente.

O resultado do item gás encanado (0,84%) reflete reajustes em duas áreas pesquisadas. Em Curitiba (16,48%), houve a apropriação integral do reajuste de 16,48% nas tarifas, vigente desde 28 de fevereiro, e que ainda não havia sido apropriado nos índices. Já em São Paulo, a queda de 1,58% é reflexo da redução de 11,00% para 9,00% no reajuste aplicado, sendo o primeiro percentual vigente desde 1º de fevereiro e, o segundo, desde 1º de março.

Ainda em Habitação, a variação de 0,47% na taxa de água e esgoto é consequência dos reajustes de 15,86% em Fortaleza (11,31%), a partir de 24 de março, e de 2,99% em Brasília (1,29%), vigente desde 1° de abril.

Em Comunicação (-0,05%), a variação negativa do mês deveu-se ao item telefone fixo (-0,29%), por conta da redução média de 7,50% no valor das tarifas de fixo para móvel, a partir de 25 de fevereiro. Já o resultado do item correio (2,19%) reflete o reajuste de 13,90%, em vigor a partir de 06 de março, em um dos serviços no Rio de Janeiro (2,19%), única área a apresentar peso para o item em questão no IPCA-15.

No que diz respeito aos índices regionais, oito das 11 áreas pesquisadas tiveram aceleração no nível de preços de março para abril. O menor índice foi registrado no município de Goiânia (-0,01%) – única área com deflação – em função, especialmente, da queda nos preços da gasolina (-1,62%). Já o maior resultado foi na região metropolitana de Porto Alegre (1,27%), onde, além da alta nos preços da gasolina (9,73%), houve também reajuste de 9,30% na tarifa de ônibus urbano (8,30%), vigente desde 13 de março.

Região
Peso Regional (%) Variação Mensal (%) Variação acumulada (%)
Março Abril Ano 12 meses
Porto Alegre 8,40 0,54 1,27 2,19 5,84
Salvador 7,35 0,29 1,06 2,27 4,99
Fortaleza 3,49 0,92 0,99 2,52 4,67
Recife 5,05 0,64 0,90 2,15 4,76
Brasília 3,46 0,59 0,85 1,37 4,20
Curitiba 7,79 0,34 0,80 1,22 4,20
Rio de Janeiro 12,46 0,58 0,75 2,35 4,82
São Paulo 31,68 0,56 0,72 1,91 4,75
Belém 4,65 0,75 0,48 2,26 4,25
Belo Horizonte 11,23 0,43 0,24 1,78 4,63
Goiânia 4,44 0,74 -0,01 0,77 3,91
 
Brasil 100,00 0,54 0,72 1,91 4,71
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor.

Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 16 de março a 12 de abril de 2019 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 13 de fevereiro a 15 de março de 2019 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.

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