Economia

Juros altos e dólar desvalorizado preocupam o agro, alerta Daoud

Comentarista do Canal Rural acredita que o dólar pode, no curto prazo, ficar abaixo dos R$ 4,80

Na noite de quarta-feira (1º), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a taxa básica de juros do país — a Selic — no patamar de 13,75% ao ano. Por outro lado, o dólar segue com sinais de desvalorização frente ao real, chegando a ser negociado abaixo dos R$ 5,00 na manhã desta quinta (2).

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Essa combinação, da manutenção de juros altos no Brasil mais a desvalorização da moeda norte-americana, não é nada positiva, ao menos num primeiro momento, para o agronegócio do país, sobretudo para aqueles inseridos no mercado das exportações, aponta Miguel Daoud. De acordo com o comentarista do Canal Rural, esses fatores surgem sem a aparente organização de políticas econômicas do governo federal.

Para o agro, Daoud deu alguns exemplos dos impactos no curto prazo para a dupla juros altos & dólar desvalorizado. “Já estamos vendo a dificuldade do setor de carne. Os frigoríficos estão com as suas câmaras frias lotadas, porque a carne brasileira começa a ficar mais cara”, disse o comentarista.

“Vejo com grande preocupação essa possibilidade de o Banco Central não reduzir a taxa de juros” — Miguel Daoud

“Tem operações de mercado na soja, no milho, na cana, em que você tem o ciclo muito longo. Se você tem uma mudança cambial da forma como foi feita, todo o seu planejamento vai para o brejo”, observou Daoud ao conversar com a jornalista e apresentadora Marusa Trevisan durante a edição desta quinta-feira do telejornal ‘Mercado & Companhia’. “Vejo com grande preocupação essa possibilidade de o Banco Central não reduzir a taxa de juros”, apontou.

Daoud ainda disse que é provável que o dólar fique abaixo dos R$ 4,80 no decorrer dos próximos dias.

Daoud: pequeno produtor do agro sofre com a ‘inércia inflacionária’

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Foto: Freepik

Enquanto os exportadores começam a lidar com os problemas da combinação juros altos e dólar enfraquecido, o pequeno produtor rural sofre com a chamada “inércia inflacionária”, conforme ressaltou Miguel Daoud. Isso porque, de acordo com ele, o país não enfrenta problemas de demanda ou de oferta. Falta, nas palavras dele, “previsibilidade” por parte do governo Lula nas questões macroeconômicas.

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