A elevação da Selic em 0,75 ponto porcentual, acima da previsão do mercado, de 0,50 ponto porcentual, terá como consequência o encarecimento do crédito rural nas instituições financeiras e dificultará sua contratação pelos produtores. A avaliação é do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), Fábio de Salles Meirelles.
Em comunicado, o presidente da Faesp disse: “esperamos que esse aumento, no qual o Copom agiu com mão pesada, tenha rápido efeito na contenção da pressão inflacionária, para que os próximos ajustes eventualmente necessários sejam feitos em doses menores e com maior rapidez, a fim de acarretar menor impacto nos juros reais”. Contudo, ele destacou que parte da pressão inflacionária tem origem em commodities cotadas em dólares e na variação cambial, de modo que elevar o juro não produzirá o efeito esperado.
No novo contexto da Selic, o Plano Agrícola e Pecuário 2021/2022 do governo federal assume importância ainda maior, pondera Meirelles. “Na edição 2020/2021, ocorreram avanços importantes, mas os juros das linhas de crédito rural ainda ficaram acima da expectativa. Também há necessidade de aumento da subvenção do seguro rural e outros pontos a serem aperfeiçoados”.
Ele ressalva, porém, que as dificuldades orçamentárias do governo são conhecidas e a taxa básica de juros mais elevada implica exigência maior de recursos para os programas do Plano Agrícola e Pecuário. Meirelles informou, ainda, que a entidade está fazendo ampla consulta aos produtores paulistas sobre o novo plano, por meio dos sindicatos rurais, para formular sugestões a serem encaminhadas ao Ministério da Agricultura.