O projeto para a construção da ferrovia Norte-Sul nasceu em 1985, no governo do presidente José Sarney, e seu traçado original previa a ligação de Açailândia (MA) até Anápolis (GO), em uma extensão de cerca de 1.150 quilômetros. Esse trecho, que corta os estados do Maranhão, Tocantins e Goiás, já está em operação. Ao longo das últimas três décadas, essa ferrovia, que foi programada para ser a espinha dorsal do sistema ferroviário brasileiro, integrando o território nacional e assim favorecendo a redução dos custos do transporte de cargas no país, contou com diversas ampliações.
De acordo com a Valec Engenharia, Construções e Ferrovias, empresa que faz a gestão desse sistema, até o momento foram investidos R$ 12,5 bilhões. Hoje a ferrovia Norte-Sul está dividida em três partes: Tramo Norte, entre Açailândia (MA) e Porto Nacional (TO), com 720 quilômetros de extensão, já em operação e administrado pela subconcessionária Ferrovia Norte Sul S.A. desde 2007, com movimentação de 8,4 milhões de toneladas de produtos em 2018; o Tramo Central, com 855 quilômetros de extensão entre Palmas (TO) e Anápolis (GO), que se encontra em operação pela Valec desde 2015; e o Tramo Sul, entre os municípios de Ouro Verde de Goiás (GO) e Estrela d´Oeste (SP), com 682 km de extensão, cujas obras estão em fase final.
Confira a seguir as condições atuais dos principais trechos que compõem a Ferrovia Norte-Sul, que, quando totalmente implantada terá extensão superior a 4.100 quilômetros.
Barcarena (PA)-Açailândia (MA) – Em projeto. São aproximadamente 477 quilômetros de extensão, concebidos com o propósito de ampliar e integrar o sistema ferroviário nacional e estabelecer a sua interligação com o Complexo Portuário de Vila do Conde, no Pará. A implantação desse trecho transformará a logística regional de transporte de minério de ferro e o desenvolvimento da exploração de outros minerais. Também facilitará o escoamento da produção de açúcar, milho, etanol, soja e seus subprodutos (farelo e óleo) na área de influência da ferrovia.
Açailândia (MA)-Palmas (TO) – Com 720 quilômetros de extensão, o trecho encontra-se subconcedido à ferrovia Norte-Sul S.A. Essa estrada de ferro facilitou a logística de transporte de etanol e grãos, como milho, soja (além de farelo e óleo) para a região Centro-Norte do Brasil. Em Açailândia (MA), a ferrovia se conecta à estrada de ferro Carajás – EFC, que acessa o complexo portuário de São Luís (MA). Em Porto Franco (MA), com a implantação da ligação a Eliseu Martins (PI), a ferrovia Norte-Sul se conectará com a ferrovia Transnordestina, em construção, o que permitirá acesso aos portos de Suape (PE) e Pecém (CE).
Palmas (TO)-Anápolis (TO) – O trecho de 855 quilômetros foi concluído em 2014 e é operado pela Valec. Nesse trecho são transportados principalmente farelo de soja, madeira triturada e minério de manganês. A ferrovia Norte-Sul (FNS) terá acesso a vários portos e corredores de exportação, sendo que em Figueirópolis(TO) se conectará à ferrovia de integração Oeste-Leste. Isso permitirá o acesso ao Porto Sul, que será construído nas proximidades de Ilhéus (BA). Em Campinorte (GO), vai se interligar com a ferrovia de integração do Centro-Oeste, estabelecendo um canal com a maior região produtora de soja do país, no estado de Mato Grosso.
Ouro Verde (GO)-Estrela d´Oeste (SP) – Partindo de Ouro Verde de Goiás, cidade distante 40 quilômetros ao norte de Anápolis, esse trecho, em construção, atravessará boa parte do sudeste goiano, uma das principais regiões do agronegócio no país, e chegará a Estrela d´Oeste (SP), completando 684 km de extensão. Em Estrela d’Oeste, a ferrovia Norte-Sul se conectará com a ferrovia EF-364, operada pela Rumo Logística, acessando assim o Porto de Santos.
Estrela d’Oeste (SP)-Panorama (SP) – Em projeto. A ferrovia Norte-Sul pretende avançar até Panorama/SP, às margens do rio Paraná, numa extensão de 264 quilômetros. Esse prolongamento proporcionará nova alternativa de transporte para a produção agroindustrial do oeste paulista e leste de Mato Grosso do Sul. Em Panorama (SP), a ferrovia se conectará com a EF–366, operada pela Rumo, com possibilidade de acesso ao Porto de Santos(SP).
Panorama (SP)/Chapecó (SC) – A partir de Panorama/SP, a ferrovia prosseguirá em direção ao sul, até Chapecó, atravessando os estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Esse trecho ferroviário proporcionará nova opção de transporte para a produção da região. Os estudos de viabilidade já foram concluídos e a extensão final do trecho foi de 950,8 quilômetros.
Chapecó (SC)/Rio Grande (RS) – A ferrovia também prosseguirá até o porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul. Os estudos de viabilidade estão concluídos e a extensão final do trecho foi de 832,9 quilômetros.