A oferta ferroviária no Brasil não tem acompanhado o crescimento acelerado da produção agrícola, mantendo o setor dependente principalmente do transporte rodoviário. Em 2023, apenas 18,5% dos produtos movimentados pelas ferrovias foram de origem agrícola, destacando a urgência de investimentos e modernização da malha ferroviária no país.
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Essa realidade foi tema de discussão recente no Senado, com foco na necessidade de expansão e modernização das ferrovias para atender à crescente demanda do agronegócio. A assessora técnica da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Elisângela Pereira Lopes, ressaltou que, apesar do crescimento da produção agrícola, a participação do setor nas ferrovias permanece estagnada. “Desde 2010, a movimentação de produtos agropecuários nas linhas férreas representa apenas 19% do total transportado”, afirmou.
Uma das grandes esperanças para melhorar essa logística está no Centro-Oeste, onde a Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico) e a Ferrovia Norte-Sul prometem facilitar o escoamento da produção de grãos até os portos. Outro destaque é a Ferrogrão, com 933 km de extensão, que conectará o Mato Grosso aos terminais de Santarém, no Pará. Segundo especialistas, essa nova ferrovia pode reduzir o custo do frete em até 40%, otimizando o transporte de grãos em uma das regiões mais produtivas do país.
A expectativa é que, até 2034, o Mato Grosso atinja uma produção de 149 milhões de toneladas de grãos, tornando inviável a dependência exclusiva do transporte rodoviário. “Precisamos de um transporte de grande capacidade, e a Ferrogrão se apresenta como uma solução promissora”, destacou Elisângela.