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Logística

Chuva: portos enfrentam ‘bolha’ de caminhões e apostam em tecnologia contra filas

Administração do Porto de Paranaguá explica que utiliza um sistema online para sincronizar a chegada dos caminhões; Em Miritituba, estradas ruins já provocaram filas este ano

Porto, Paranaguá, Navio, Exportação
Movimentação no porto de Paranaguá não é afetada pelo atraso na colheita de soja Foto: Ivan Bueno

Mesmo com a colheita de soja apresentando o maior atraso dos últimos dez anos, os trabalhos no Porto de Paranaguá seguem dentro da normalidade. De acordo com o diretor-presidente da Portos do Paraná, empresa que administra o porto, Luiz Fernando Garcia, nem mesmo as constantes chuvas na região provocam dificuldades no embarque dos grãos.

“Podemos dizer que estamos acostumados com as precipitações durante o ano. A cada temporada temos 100 dias de trabalho são perdidos devido à chuva, mas não temos registros de filas nesse momento, apesar do atraso na colheita de soja”, afirma Garcia.

Segundo Luiz Fernando Garcia, a eficiência na gestão de caminhões que chegam ao porto é facilitada com um sistema online de cargas. A ferramenta sincroniza a chegada dos veículos no local, evitando filas e tempos longos de espera. “Por meio do sistema, fazemos uma leitura do nosso pátio de triagem, que mostra a programação para os próximos sete dias. Os caminhões só seguem viagem ao porto após a emitirmos uma autorização”, explica.

No ano passado, 434 mil caminhões com granéis sólidos passaram pelo pátio de triagem no porto de Paranaguá.  No pico da safra, a movimentação chegou a 60 mil caminhões, um número recorde para o porto. “Estamos preparados para o volume intenso de caminhões previsto para 2021, que pode ser igual ou maior em relação ao observado no ano passado”, destaca o diretor da Portos do Paraná.

Porto de Miritituba tem fluxo normal após ‘bolha’

Uma das principais vias de escoamento de grãos do país, o porto de Miritituba (PA) agora tem a situação normalizada após 3.000 caminhões ficarem paralisados devido ao fluxo constante registrado no mês passado. Nas palavras de Flávio Acatauassú, diretor-presidente da Associação dos Terminais Portuários e Estações de Transbordo de Cargas da Bacia Amazônica (Amport), o elevado número de caminhões provocou o que ele chama de bolha.

“A soma de fatores como atraso na colheita, acidentes ao longo da BR-163 e BR 230 e pressa para negociar o grão já colhido provocaram um congestionamento de 57 km que nenhuma rodovia administrada pelo governo consegue suportar”, diz

Segundo o dirigente, o problema foi solucionado a partir de um acordo firmado com as traders. Além disso, o diretor-presidente da Amport reforça que o diálogo com as autoridades, como a Polícia Rodoviária de Mato Grosso, tem auxiliado na orientação de motoristas para evitar novos congestionamentos.

“Para os caminhões que retornam ao Mato Grosso para carregar, nós abrimos negociações com as empresas. Fizemos um acordo para um escalonamento nos pátios de triagem. Agora elas estão trabalhando com 70% da capacidade no recebimento de grãos para dar vazão aos veículos que seguem com destino aos portos do Arco Norte”, comenta.

 

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