GARGALO LOGÍSTICO

Túnel Santos-Guarujá avança; expansão do Porto enfrenta entraves

Enquanto modelagem para o túnel Santos-Guarujá é aprovada, ampliação logística do Porto encontra resistência

Leilão do Porto de Santos
Foto: Santos Port Authority

A modelagem do projeto de construção do túnel Santos-Guarujá foi aprovada durante reunião do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos do Estado de São Paulo (PPI-SP). A construção será uma das maiores obras de infraestrutura do Brasil e deve facilitar o trânsito na Baixada Santista e, consequentemente, ajudando a logística no Porto de Santos que escoa boa parte dos produtos do agronegócio.

O custo da obra é estimado em R$ 6 bilhões e será viabilizada por parceria entre Governo do Estado, União e setor privado. Mas, enquanto o projeto do Túnel Santos-Guarujá está em análise no Tribunal de Contas da União (TCU), o Porto de Santos enfrenta um outro problema: onde receber e armazenar tantos caminhões que chegam de várias partes do Brasil carregados, muitas vezes, com açúcar, milho e soja?

Para tentar resolver a questão, a Autoridade Portuária de Santos (APS), empresa estatal que administra o maior porto da América Latina, pretende construir novos pátios para caminhões na região. Um deles, com capacidade para 500 caminhões, na interligação Anchieta-Imigrantes, no município de Cubatão.

Uma empresa venceu a licitação para construir e gerir o pátio regulador, contudo, a ideia enfrenta resistência: autoridades cubatenses são contra a construção do pátio.

Obstáculo

O prefeito de Cubatão, César Nascimento (PSD), publicou uma carta criticando a medida. No documento, César informa que não é contra a nova poligonal do Porto de Santos, entretanto afirma que o pátio não contribui para o desenvolvimento do município.

“Deixo claro novamente que Cubatão está à disposição para ajudar, como faz há décadas, no desenvolvimento portuário de nossa região, mas com atividades e ações que fortaleçam e incentivem a evolução econômica, ambiental e social de nosso Município”, diz um trecho do texto.

Todos os anos, durante a safra de grãos, os motoristas que trafegam pelas rodovias que cortam a Baixada com destino ao Porto sofrem com congestionamentos. Em dias comuns, cerca de 20 mil caminhões circulam pelo complexo portuário.

A APS informou que se compromete em dialogar com a comunidade e autoridades cubatenses para evitar transtornos e que, caso seja necessário, obras de infraestrutura serão realizadas para compensar os danos.