O acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia foi formalizado nesta sexta-feira (6), durante a cúpula do Mercosul, realizada em Montevidéu, no Uruguai. O anúncio foi feito após uma reunião entre líderes dos dois blocos.
Em coletiva de imprensa, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, descreveu o tratado como uma vitória para a Europa. “A União Europeia e o Mercosul criaram uma das alianças de comércio e investimento maiores que o mundo tenha visto. Estamos derrubando barreiras e estamos permitindo que entrem os investimentos. Estamos formando um mercado de mais de 700 milhões de consumidores. E essa aliança vai fortalecer as cadeias de valor, vai desenvolver indústrias estratégicas, vai apoiar a renovação e vai criar trabalhos e valores para ambos lados do Atlântico”, disse a representante da UE.
“Um acordo político não é uma solução, não existem soluções mágicas. É uma oportunidade e cabe a cada um de nós determinar a velocidade que podemos dar a esse acordo”, disse mais cedo o presidente do Uruguai, Luis Alberto Lacalle Pou.
Também participaram do anúncio os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva; da Argentina, Javier Milei; e do paraguai, Santiao Peña.
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As negociações, iniciadas em 1999 e interrompidas após um acordo preliminar em 2019, foram retomadas recentemente a pedido da Comissão Europeia, responsável pela política comercial da União Europeia.
Resistências na Europa
Embora o acerto inicial tenha sido concluído há cinco anos, o tratado não avançou devido a pressões internas no bloco europeu. Países como a França expressaram oposição à abertura de mercado para competidores sul-americanos.
O presidente francês, Emmanuel Macron, criticou os termos do documento, classificando-os como “inaceitáveis” e argumentando que o acordo poderia prejudicar o setor agropecuário no país. Protestos também ocorreram na França e na Bélgica, com agricultores belgas bloqueando rodovias contra a entrada de carne bovina do Mercosul.
Próximos passos
O acordo ainda precisa ser votado pelo Conselho do Parlamento Europeu. Para ser aprovado, será necessário o apoio de pelo menos 15 dos 27 países-membros do bloco, representando 65% da população europeia. A votação determinará a ratificação do tratado após décadas de negociações.
*com Agência Safras e Estadão Conteúdo