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Diversos

'Momento é de pessimismo para a economia', afirma Daoud sobre conjuntura atual

Cenário político-econômico agrava problemas pontuais, como a crise hídrica, de acordo com o comentarista

O comentarista Miguel Daoud está pessimista quanto aos rumos da economia e política no Brasil. Ele observa que a crise hídrica atual, a falta de contêineres nos portos e a paralisação da hidrovia Tietê são fatores que agravam um cenário negativo geral, marcado nesta semana pela perspectiva de novas manifestações em Brasília.

“A curto prazo, como se resolve os problemas? Trazendo para o presente um cenário positivo. A dinâmica econômica, para resolver os problemas conjunturais, demanda um tempo para que isso comece a acontecer. Agora, você antecipa esse tempo se trouxer para o presente um cenário mais positivo. Mas as coisas do jeito que estão não permitem que esse cenário venha para o presente”, comenta Daoud.

“Vou dar um exemplo: esta semana é uma semana de expectativas em relação a algumas manifestações, a gente está vendo esse manifesto que foi elaborado pelos banqueiros, empresários, que também foi adiado. Então, você tem no cenário político uma falta de otimismo que começa a desgastar a economia, com uma elevação do dólar. Isso tudo vai se consolidando em toda a dinâmica social, política e econômica e traz um cenário mais pessimista”, exemplifica o comentarista.

Daoud não vê solução para a crise hídrica, e acredita que haverá racionamento ou apagões. “Dessa forma, a minha preocupação — porque o mundo vai continuar do jeito que está, ora está bem, ora está mal — é que, no caso do país e do produtor rural, os custos vão aumentar muito”, afirma ele. “Essa crise hídrica, por exemplo, agora teve uma reunião para impedir o aumento de quase 50% na bandeira dois, que vai penalizar muito os consumidores. Eu acho que não vai ser anunciado esta semana”, acrescenta.

“A inflação, depois que ela tinge uma dinâmica, cria uma inércia de alta dos preços no futuro, então para melhorar a inflação temos que resolver, no presente, essa dinâmica — coisa que não está acontecendo. Essa crise hídrica, sem dúvida nenhuma, vai cair num racionamento ou num apagão. A falta de contêineres e a paralisação da hidrovia Tietê também aumentam o custo e agravam a crise”, observa Daoud.

“Ou seja, nós temos um cenário muito complicado, sem nenhuma conjuntura político-econômica para trazer otimismo para o presente e dissipar esse cenário negativo. É uma situação muito complicada e o Brasil está socialmente fragilizado. Os brasileiros vão sofrer, principalmente os mais humildes”, conclui o comentarista.

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