IMPACTO TRUMPISTA

Não há possibilidade de o dólar baixar nos próximos dois anos, diz cientista político

Agenda do segundo mandato de Trump vai fortalecer a moeda norte-americana e a falta de política de austeridade econômica brasileira tende a enfraquecer o real, diz Christian Lohbauer

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Foto: Marcos Santos/ USP Imagens

O novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tomou posse nesta segunda-feira (20) em Washington, capital do país. O cientísta político Christian Lohbauer afirma que a conjuntura norte-americana atual lhe traz mais poder em relação ao primeiro mandato (2017-2021).

“Trump volta com uma vitória em todos os níveis, tanto no voto popular quanto nos delegados, além de ter a maioria no Senado e na Câmara, bem como juízes da Suprema Corte mais favoráveis ao perfil político dele do que da oposição”.

Lohbauer também reforça o fato de que os erros cometidos e as dificuldades sentidas no primeiro mandato se tornaram aprendizados para a nova empreitada do presidente ao posto mais alto da democracia dos Estados Unidos.

Fortalecimento do dólar

Nesta toada, o dólar norte-americano tende a se fortalecer ainda mais e o real a continuar sem competitividade no cenário internacional, na visão do cientista político.

“Infelizmente eu não vejo a possibilidade do retorno da apreciação do real porque isso depende muito mais da qualidade dos gastos públicos, da austeridade do governo brasileiro do que realmente da agenda internacional”, diz.

Para o especialista, o governo brasileiro tem caminhado exatamente na direção oposta. “O governo vem dizendo que está tudo em ordem, que os gastos não estão aumentando e não estão prejudicando a economia como um todo, mas não é o que todo mundo está vendo. Então, a possibilidade de a gente ver o dólar baixar no Brasil nos próximos dois anos eu diria que é praticamente impossível, a não ser que o governo mude sua rota e apresente um plano de austeridade, de redução de gastos, de reforma fiscal, o que ele já disse que não vai fazer”, destaca Lohbauer.