O clima faz a soja prosperar, mas também pode destrui-la. O mesmo acontece com as cidades, cada vez mais propensas a catástrofes ambientais, como a que destruiu grande parte dos municípios do Rio Grande do Sul.
Por conta de todas as incertezas que o céu reserva, ferramentas de inteligência são necessárias à minimização de impactos tanto do meio urbano quanto do rural. Esse é o objetivo do novo módulo de gestão de risco climático da plataforma WayCarbon Ecosystem, apresentada ao mercado nesta quinta-feira (10).
De acordo com a empresa, a solução é capaz de quantificar perdas financeiras relativas aos riscos climáticos, além de permitir que as instituições realizem a gestão desses riscos.
Simulações até o ano 2100
Utilizando dados de múltiplas fontes, em diferentes escalas, o WayCarbon Ecosystem permite que empresas de todos os setores possam simular e quantificar o impacto da mudança do clima em horizontes temporais até o ano de 2100.
Assim, a plataforma considera diferentes recortes geográficos para determinar a probabilidade do impacto associado ao risco, por exemplo, de inundação, ondas de calor, seca meteorológica e incêndios florestais, que atingem infraestrutura, operação, cadeia de valor e sociedade.
“A ferramenta foi desenvolvida com todo o conhecimento e experiência que obtivemos em muitos anos de consultoria no tema. Transferimos essa expertise para a solução, que tem fácil manipulação dos dados, valoração e permite uma gestão dos ricos e geração de informações eficientes, inclusive para reportes”, explica a gerente de Risco Climático e Adaptação da WayCarbon, Melina Amoni.
Como funciona
Melina afirma que, ao utilizar a plataforma, o primeiro passo é fazer o cadastro de ativos, com a possibilidade de distinção para o que for de terceiros, da cadeia de valor, por exemplo.
Segundo ela, é possível incluir o setor, subsetor e tipo de empresa, para definir as atividades desenvolvidas. Isso é válido para uma cooperativa agropecuária ou para uma esmagadora de soja, por exemplo.
“Depois, cria-se categorias que melhor se adaptem ao negócio, como tamanho da operação e características específicas. Após a inclusão dos dados, a ferramenta traz o resultado, em matriz, com projeções e indicadores de ameaças climáticas, para criar a variável do impacto”, enumera Melina.
O software também aponta o que pode acontecer, com probabilidade, risco e magnitude, e faz uma análise de métricas que consideram o preço do ativo, a perda esperada e o impacto financeiro, por classe e setor, ou seja, valores financeiros em perspectiva de perda com um desastre natural.
“Eventos climáticos extremos estão mais intensos a cada trimestre e estratégias de adaptação são urgentes, pelos impactos financeiros e reputacionais, mas principalmente pelo contexto social, de saúde, segurança e meio ambiente. A WayCarbon Ecosystem dá autonomia para que todos esses fatores sejam considerados e tratados com o devido cuidado pelas organizações”, diz Melina Amoni.
Decisões com base no clima
A solução digital possibilita a tomada de decisões estratégicas, como: manutenções necessárias de medidas que previnem riscos, due diligence climática, instalar ou não fábricas e lavouras em determinado local, entre outros.
A plataforma utiliza evidências científicas, como as projeções do Painel Intergovernamental para a Mudança do Clima (IPCC, na sigla em inglês).
“Os últimos eventos extremos que acompanhamos no Nordeste, Sudeste e Sul do Brasil provaram a necessidade de identificar, prevenir e mitigar riscos climáticos. Empresas e governos devem se conscientizar que, além de um risco social e ambiental, a mudança climática é um risco financeiro”, conclui Melina.