A projeção da taxa básica de juros (Selic) para o fim deste ano foi revisada para cima. As informações são do Boletim Focus e foram divulgadas hoje pelo Banco Central. A estimativa da taxa passou de 5,25% para 5,50% para o fim deste ano.
Já o IPCA 2021, que é o índice que mede a inflação oficial do país, passa de 4,92%, para 5,01%. O Produto Interno Bruto (PIB), por sua vez, passou de 3,04% para 3,09%. O câmbio para o fim de 2021 permaneceu em R$ 5,40.
De acordo com Paulo Dutra, coordenador do curso de economia da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), há uma grande possibilidade de a inflação superar o teto da meta. “Percentualmente, essa é uma elevação muito acentuada, principalmente para o mercado financeiro. Por que veio essa elevação? para tentar segurar os preços mesmo, para tentar conter um lado da inflação”, explica.
“A inflação que temos hoje é, basicamente, decorrente do setor externo. Como os investidores não estão acreditando tanto no Brasil, há uma fuga de capital, principalmente para financiar os títulos da dívida brasileira. O que acaba desvalorizando o real. Para tentar conter, o governo aumenta a taxa de juros, ou seja, um prêmio maior para remunerar os títulos”, complementa.
No entanto, explica Dutra, a falta de uma política econômica bem ajustada acaba apostando exclusivamente na política de juros para controlar a inflação. “Vamos ter a retomada de crescimento de países como China, EUA e Reino Unido. São países que têm muita demanda de commodities e todos esses preços aumentam em dólares. Com isso, os insumos ficam caros e tudo é repassado para o consumidor”, finaliza.