O Conselho de Administração da Petrobras aprovou Caio Mario Paes de Andrade como presidente-executivo da empresa por sete votos a três nesta segunda-feira (27). Ele também foi aprovado para integrar o conselho.
Segundo fontes, votaram a favor de Paes de Andrade os cinco conselheiros da União e dois representantes de acionistas minoritários. Outros três conselheiros votaram contrariamente: dois minoritários e a conselheira que representa os funcionários, Rosangela Buzanelli.
Paes de Andrade será o quinto presidente da Petrobras no governo Jair Bolsonaro, em sucessão novamente marcada pela queda de braço entre o governo e a diretoria da petroleira sobre a alta nos preços dos combustíveis em refinarias da Petrobras, hoje alinhados ao mercado internacional.
Currículo
Paes de Andrade é formado em Comunicação Social pela Universidade Paulista e tem cursos de pós-graduação em administração pelas americanas Harvard University e Duke University.
Com passagens por empresas de tecnologia da informação, ele migrou para a administração pública em 2019, quando assumiu a presidência do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro).
Paes de Andrade também é membro do Conselho de Administração da Embrapa e da Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA), estatal que administra o óleo lucro da União em campos produtores do pré-sal. Aí reside seu único contato mais claro com o setor de óleo e gás.
Nomeação para Petrobras é ilegal, diz FUP
O coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, afirmou que após a eleição do secretário de Desburocratização do Ministério da Economia, Caio Paes de Andrade, para a presidência da Petrobras, a entidade está ultimando, junto com a associação de acionistas petroleiros, Anapetro, uma ação judicial contra o resultado.
As entidades classificam a nomeação como ilegal e preparam ação para entrar ainda nesta segunda na Justiça Federal do Rio de Janeiro.
Segundo Bacelar, “a aprovação de Caio Paes de Andrade para a presidência da Petrobras é mais um puxadinho eleitoreiro de Bolsonaro”. “A decisão do Conselho de Administração da empresa é ilegal, pois o currículo e a experiência profissional do indicado são reconhecidamente insuficientes para gerir a maior empresa do Brasil, o que fere a Lei das Estatais”, afirmou o sindicalista em nota, em que critica ainda a falta de uma Assembleia Geral Extraordinária (AGO) para respaldar a nomeação.
Em ata do Comitê de Elegibilidade (Celeg) da estatal, divulgada no sábado (25), apenas o conselheiro Francisco Petros votou contra a eleição de Paes de Andrade, entre os demais quatro membros do Celeg, sendo dois de fora do conselho da companhia.
O Celeg aprovou o executivo sem ressalvas, apenas as de praxe, como não fazer negócios entre empresas próprias e a Petrobras.
Já na votação desta segunda-feira, do Conselho de Administração, o nome de Paes de Andrade foi rejeitado por três conselheiros para a presidência, segundo fontes.
Além do executivo não ter experiência no setor, como exige o estatuto, não tem reconhecimento do Ministério da Educação (MEC) dos seus diplomas de pós-graduação e nunca dirigiu uma empresa do porte da Petrobras.