O Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária caiu 0,5% no primeiro trimestre de 2019 em relação ao quarto trimestre de 2018. Os dados foram divulgados na manhã desta quinta-feira, dia 30, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que anunciou os resultados das Contas Nacionais Trimestrais. Na comparação com o primeiro trimestre de 2018, o PIB da agropecuária mostrou queda de 0,1%.
No setor de serviços, o PIB subiu 0,2% no primeiro trimestre de 2019 em relação ao quarto trimestre do ano passado. Na comparação com o primeiro trimestre de 2018, o PIB de serviços mostrou alta de 1,2%.
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O Produto Interno Bruto da indústria, por sua vez, caiu 0,7% no primeiro trimestre de 2019 em relação ao último trimestre de 2018. Na comparação com o primeiro trimestre de 2018, o PIB da indústria mostrou queda 1,1%.
O recuo já era esperado pelo setor, afirmou o analista de mercado da consultoria INTL FCStone, Victor Andrioli. “O resultado não foi nenhuma surpresa. Pelos levantamentos da safra de verão, já sabíamos que a produção não seria tão expressiva como foi a da temporada anterior”.
Causas
Segundo o analista, a principal contribuição negativa para o desempenho da produção agropecuária foi a quebra na colheita de soja, principal cultura agrícola do Brasil, que foi prejudicada pelo clima adverso durante o desenvolvimento do grão. “A menor produção de soja pesou sobre o PIB agro, enquanto a maior produção de milho compensou parcialmente o resultado. Se não fosse uma safra de milho robusta, o resultado teria sido ainda pior”, observou Andrioli.
Apesar do resultado negativo no primeiro trimestre, a FCStone mantém a estimativa de um leve crescimento no PIB da agropecuária de, no máximo, 0,5%, para o acumulado do ano. “Ainda é preciso ser conservador nessa projeção. Temos que aguardar definições em questões como plano safra, disponibilidade de crédito, tabelamento do frete e conflitos comerciais, que são fatores muito importantes como definidores de expectativas para a produção agropecuária brasileira”, avaliou Andrioli.
Para os próximos trimestres, o analista espera uma contribuição positiva da pecuária sobre o indicador. “Considerando o cenário internacional e, principalmente, o avanço da peste suína africana pela Ásia, a pecuária brasileira pode ter um destaque positivo como uma alternativa no suprimento de proteína animal para o mundo”, acrescentou Andriolli. Entretanto, segundo o analista, ainda é necessário mais definições a respeito do setor, como o progresso de parcerias comerciais do Brasil com outros países.