Agricultura

Plano Safra: R$ 22 bi para equalizar juros ajudam a reduzir preço de alimentos, diz FPA

De acordo com o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, investimento feito no produtor rural, sobretudo o familiar, tem reflexo na gôndola do supermercado e no bolso do consumidor

O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado federal Sergio Souza (MDB-PR), disse acreditar que o governo federal disponibilizará os R$ 22 bilhões pedidos pelo setor para a equalização do Plano Safra 2022/23.

Segundo ele, o Plano Safra deste ciclo tinha algo em torno de R$ 13 bilhões para o desembolso, e hoje estaria chegando a quase R$ 19 bilhões. “Nós estamos percebendo que há uma sintonia em relação às necessidades colocadas pelo setor produtivo rural e o governo federal”, disse o parlamentar.

Souza também lembrou que o benefício concedido à produção dos alimentos tem reflexo na inflação. “Investimento de equalização de juros para produtor rural, em especial para o agricultor familiar, terá reflexo na gôndola do supermercado, no bolso do consumidor”.

Na visão do deputado, o motivo para essa quantidade de recursos é a taxa Selic, indicador utilizado como base na adoção dos juros em operações financeiras. “No atual Plano Safra viemos de uma taxa de 2% e o novo Plano Safra já será lançado provavelmente com a Selic em torno de 13%”. Com isso, diz ele, será necessário maior esforço orçamentário para conseguir manter os juros aos produtores em patamares mais acessíveis.

Petrobras

O presidente da FPA também comentou a troca no comando da Petrobras. Segundo ele, é necessário explicar por que a cotação do dólar está diminuindo frente ao real, mas o preço dos combustíveis não, uma vez que a política de paridade de preços internacionais adotada pela petroleira leva em consideração o preço do barril na moeda americana.

“Nós tínhamos um barril de petróleo na faixa de US$ 50 alguns meses atrás e um dólar de mais ou menos R$ 4. Chegamos a um dólar de quase R$ 6 e um barril de quase U$ 110. Houve uma alta gigante no preço do diesel. O dólar caiu, hoje está em torno de R$ 4,80, mas o diesel continua subindo. No mínimo é estranho, porque é uma commodity. Está certo que a guerra na Ucrânia puxou o preço um pouco para cima, mas o dólar caiu e o preço continua subindo no Brasil. Não dá pra admitir isso”, pontuou.

Sergio Souza disse ainda que a FPA defende que o governo “ache uma forma” de reduzir o preço do diesel. “Se não puder reduzir de forma linear, pelo menos setorial”.

Mercado de carbono

O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, também participou da reunião da FPA realizada nesta terça-feira (24). O tema do encontro foi o novo decreto que regula o mercado de carbono no Brasil. Ele ressaltou a vanguarda do país nesse mercado.

“Nós trouxemos componentes que não existem em outros mercados, como crédito de metano. Além disso, a central única de registro traz transparência a todo esse processo, garante que não haja dupla contagem e também a integridade ambiental desses créditos”, disse.