O Índice de Inflação dos Preços Recebidos pelos Produtores (IIPR) encerrou com alta de 10,68% no acumulado de 2019, superior à valorização do IPCA (Alimentos) no mesmo período (6,37%). Isso significa que o preço recebido pelo produtor está se valorizando em velocidade mais acelerada que a média dos preços da economia, informa a Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul).
Conforme boletim da federação, uma série de fatores contribuiu para a valorização do IIPR em 2019: a peste suína africana, refletiu na alta do preço dos suínos; a expectativa de menor oferta nos Estados Unidos e a valorização da taxa de câmbio resultaram na alta dos preços da soja; a abertura de novos mercados no Exterior permitiu a elevação do preço do boi gordo; e as exportações elevadas favoreceram a alta do preço do arroz.
Somente em dezembro, o crescimento do IIPR foi de 1,80%. Além das carnes, a falta de chuvas elevou o preço do milho, influenciando no resultado.
Já o Índice de Inflação dos Custos de Produção (IICP) registrou seis meses de quedas consecutivas, se estabilizando em dezembro com 0,88%. O indicador fechou 2019 com queda de 1,75%.
A economista do Sistema Farsul Danielle Guimarães disse em comunicado que “apesar de um ano de taxa alta no câmbio, a grande oferta de fertilizantes puxou o indicador. De uma maneira geral, é possível afirmar que foi um ano atípico com aumento de preços e queda nos custos”.
‘Danielle salienta que o resultado demonstra bem a diferença entre a inflação no campo e na cidade. “Enquanto o IIPR chegou 10,68%, o IPCA Alimentos e Bebidas ficou em 6,37%. Já o IPCA teve alta de 4,31%, enquanto o IICP caiu 1,75. Movimentos bem distantes”, conclui.