O presidente da China, Xi Jinping, se reuniu nesta sexta-feira com o vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, e disse que os dois países devem aprofundar suas relações econômicas, que representam uma oportunidade para seu próprio desenvolvimento, de acordo com um comunicado do Ministério das Relações Exteriores chinês.
“Os dois lados devem continuar a considerar firmemente uns aos outros como oportunidades e parceiros para o seu próprio desenvolvimento, a respeitar-se mutuamente, confiar uns nos outros, apoiar-se mutuamente e construir as relações China-Brasil como modelo de solidariedade e cooperação entre os países em desenvolvimento”, disse Xi Jinping.
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Ele enfatizou que a parceria estratégica entre a China e o Brasil está em um “momento crucial”, e que a cooperação entre os dois países é altamente complementar. “Acredito que a cooperação China-Brasil certamente irá evoluir para perspectivas mais amplas”, afirmou, ao receber Mourão no Grande Salão do Povo, em Pequim.
Mourão, por sua vez, disse que o Brasil continua a dar grande importância às relações com a China e valoriza a importante contribuição da China para estimular o crescimento econômico global. “O Brasil está disposto a trabalhar de perto com a China em trocas de alto nível, aprofundar a cooperação e a amizade, e andar de mãos dadas com a China”, afirmou ele.
O vice-presidente brasileiro disse ainda que o Brasil está disposto a promover integração em seu programa de parceria para investimentos dentro da iniciativa chinesa “Belt and Road”, que visa a realizar investimentos em infraestrutura, como energia, portos e ferrovias, em mais de 60 países, reconstruindo a antiga rota da seda.
Na quinta, Mourão participou da reunião da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban), ao lado do vice-presidente da China, Wang Qishan. Este ano, o Brasil vai receber os líderes dos BRICS (grupo composto por Brasil, Rússia, India, China e África do Sul), em novembro.
Mais exportação
Mourão afirmou, na última quarta-feira, dia 22, que a demanda por alimentos por parte do país asiático seguirá crescendo, mas é preciso diversificar as exportações brasileiras com produtos de maior valor agregado. No ano passado, os principais produtos exportados pelo Brasil foram soja, combustíveis e minérios de ferro e seus concentrados, que são, basicamente, matérias-primas.
“A China continuará a crescer acima da média mundial e sua demanda por alimentos, por exemplo, deverá crescer de 11% a 13% até 2030. Iremos trabalhar para ampliar e diversificar as exportações brasileiras com maior valor agregado. Aumentar o volume e redirecionar os investimentos chineses para áreas de interesse do Brasil e aprofundar a cooperação em ciência, tecnologia e inovação”, disse Mourão, que cumpre até sexta-feira, dia 24, uma visita oficial ao país.
A China é, desde 2009, o principal parceiro comercial do Brasil. A corrente de comércio bilateral alcançou, em 2018, US$ 98,9 bilhões, exportações de US$ 64,2 bilhões e importações de US$ 34,7 bilhões. O comércio bilateral caracteriza-se por expressivo superávit brasileiro, mantido há nove anos, e que, em 2018, atingiu recorde histórico de US$ 29,5 bilhões.