O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta terça-feira (5) que preferia a versão do texto da reforma tributária como saiu da Câmara dos Deputados, e não a versão que foi aprovada no Senado.
Ele ponderou que o Brasil está se beneficiando de efeitos positivos de um ciclo de reformas que foi iniciado ainda no governo de Michel Temer e avançou durante a pandemia.
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Também destacou as pequenas reformas microeconômicas, que têm efeito relevante para a atividade econômica. As declarações foram dadas em evento promovido pela Frente Parlamentar do Empreendedorismo.
‘Ninguém hoje espera que governo vá fazer 0% de meta’, diz Campos Neto
O presidente do BC também afirmou que “ninguém” espera que o governo cumprirá a promessa de zerar o resultado primário em 2024. Mas ponderou que há pouca influência dessa descrença nas variáveis macroeconômicas.
“Ninguém hoje espera que governo vá fazer 0% de meta, e, mesmo assim, a gente vê que teve pouca influência nas variáveis macroeconômicas, que é o que é importante para o Banco Central no dia a dia. É importante ter uma visibilidade do futuro”, afirmou Campos Neto no evento.
O presidente da autoridade monetária havia sido questionado sobre o impacto das decisões da política fiscal sobre a taxa de juros e inflação, e pontuou que no Brasil não há uma relação tão mecânica. “Apesar de não ser mecânico, no limite, um fiscal descontrolado terá inflação”, disse.
Ele também destacou que um ajuste fiscal com base na receita só será sustentável se houver um crescimento correspondente da atividade econômica, o que não ocorreu no mesmo patamar em 2023.
“Para crescer de forma sustentável, tem que ter credibilidade, e a credibilidade está com o aspecto fiscal”, disse.