A decisão do Banco Central de elevar a taxa básica de juros (Selic) para 6,25%, na última reunião do Copom, nesta quarta-feira (22), pode não ser efetiva no combate à inflação, na avaliação do comentarista Miguel Daoud.
“Essa é uma inflação de oferta”, ele explica. “A taxa de juros não impede que a Petrobrás aumente o preço do combustível, nem a crise hídrica, nem a alta do dólar, nem as questões fiscal e tributária”, diz.
Na opinião de Daoud, o BC devia lançar mal do controle do câmbio, além de revisar a taxa de juros. Ele cita o exemplo do banco central americano (FED) no combate à inflação, que gira em torno de 2% nos EUA, com taxas de juros mais baixas.
“Enquanto houver taxa de juros baixa e liquidez alta, nos Estados Unidos, isso mostra que nós temos espaço para nos entendermos e colocar a economia dentro do eixo natural das coisas”, afirma o comentarista.
Daoud critica a dinâmica econômica do Brasil. “Não estou criticando o governo, mas falta entendimento”, ele diz.