Com a desancoragem das expectativas de inflação, o mercado elevou novamente a projeção da Selic para 2024, que já está em dois dígitos: passou de 10% para 10,25%. Há um mês, o patamar era de 9,63%. Considerando apenas as 80 respostas dos últimos cinco dias úteis, a mediana para o fim de 2024 seguiu em 10,25% ao ano.
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O Copom abandonou o forward guidance (ferramenta usada por bancos centrais para delinear o curso futuro da política monetária) da reunião de março e cortou a Selic em 0,25 ponto percentual (pp), para 10,50% ao ano em maio. A decisão dividida do colegiado deixou os indicados pela gestão Lula do lado que seguiria a sinalização de redução de 0,50 pp, enquanto os diretores que já estavam no BC antes deste governo optaram por diminuir o ritmo de cortes neste momento.
Na ata, houve um grande movimento para explicar que a divergência se deu pela avaliação do custo reputacional de abandonar a sinalização.
Ao justificar a decisão, o BC disse entender que ela é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2025. “Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, repetiu o Copom.
No Relatório de Mercado Focus, a projeção para a Selic no fim de 2025 também foi elevada, de 9% para 9,18%, ante 9% há um mês. Considerando apenas as 77 respostas dos últimos cinco dias úteis, a mediana para o fim de 2025 seguiu em 9% ao ano. Para 2026, a projeção seguiu em 9%, ante 8,75% há um mês. Para 2027, a estimativa seguiu em 9%, de 8,50% de um mês atrás.