As exportações brasileiras de peixes de cultivo cresceram 102% em volume em 2024, totalizando 13.792 toneladas, e 138% em receita, atingindo US$ 59 milhões. A tilápia foi a principal responsável por esse avanço, representando 94% das vendas externas do setor.
- Veja em primeira mão tudo sobre agricultura, pecuária, economia e previsão do tempo: siga o Canal Rural no Google News!
Os dados foram consolidados por pesquisadores da Embrapa Pesca e Aquicultura e divulgados pela Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR).
O crescimento expressivo foi impulsionado pela maior demanda dos Estados Unidos, especialmente por filés frescos e peixes inteiros congelados. Apenas os filés frescos renderam US$ 36,6 milhões, enquanto os peixes inteiros congelados somaram US$ 17,5 milhões. Juntas, essas duas categorias representaram 91,7% do valor total exportado.
De acordo com os especialistas, a redução de 19% nos preços da tilápia no Brasil entre o quarto trimestre de 2023 e o mesmo período de 2024 foi um dos principais fatores para o aumento das exportações. Em contrapartida, o preço do filé fresco no mercado externo subiu 12,75%, alcançando US$ 7,69/kg, favorecendo os produtores que exportam para os EUA.
EUA lideram compras de tilápia do Brasil
Os Estados Unidos foram o principal destino das exportações brasileiras de peixes de cultivo em 2024, comprando US$ 52,2 milhões em produtos – 89% do total. Em seguida, aparecem Peru, China, Canadá e Japão.
Desde 2020, o Brasil subiu quatro posições no ranking de fornecedores de tilápia para os EUA, ocupando agora o quarto lugar. Nesse período, as vendas para o mercado americano cresceram 718%. No segmento específico de filés frescos, o Brasil já é o segundo maior exportador, atrás apenas da Colômbia.
Segundo a PeixeBR, a tendência é que o país continue ganhando espaço, especialmente após a revogação da obrigatoriedade do Certificado Sanitário Internacional, que simplificará as exportações a partir de 2025. Essa mudança pode tornar o Brasil o maior fornecedor de filé fresco de tilápia para os EUA.
O Paraná, maior produtor de tilápia do país, também foi o estado que mais exportou em 2024, respondendo por 64% do total (US$ 35,7 milhões). Em seguida, aparecem São Paulo (12%) e Mato Grosso do Sul (3%).
Importações
Apesar do crescimento nas exportações, o Brasil ainda mantém um déficit comercial significativo no setor. Em 2024, o saldo negativo foi de US$ 992 milhões, um aumento de 8,5% em relação ao ano anterior.
Isso se deve principalmente às importações de peixes como o salmão, que lidera as compras externas com US$ 909 milhões, seguido pelo pangasius (US$ 137 milhões) e a truta (US$ 195 milhões).