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Economia

Transportes: preços caem e contribuem no alívio do IPCA-15

De acordo com o IBGE, a deflação nos gastos associados aos transportes só não foi maior por causa das passagens aéreas

Na esteira da redução de tributos federais e estaduais sobre os combustíveis, os gastos do grupo transportes recuaram 1,08% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) de julho, informou nesta terça-feira (26) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, foi o maior impacto negativo sobre o indicador agregado, com contribuição de 0,24 ponto porcentual (p.p.).

No conjunto, os preços médios de combustíveis recuaram 4,88% no IPCA-15 de julho, com destaque para a gasolina (-5,01%) e o etanol (-8,16%). Na contramão, o óleo diesel, que tem peso menor na composição do índice, ficou 7,32% mais caro.

Além disso, a deflação nos gastos associados aos transportes só não foi maior por causa das passagens aéreas. Em média, os bilhetes ficaram 8,13% mais caros no IPCA-15. Sozinho, esse item contribuiu com 0,05 p.p. na variação agregada do índice.

O IBGE ainda chamou a atenção para a alta de 0,67% do ônibus urbano, “consequência do reajuste de 11,36% nas passagens em Salvador (7,46%) aplicado efetivamente a partir de 4 de junho”.

IPCA-15: energia elétrica

rede elétrica em época de crise hídrica, energia
Foto: Reprodução

Assim como no caso dos transportes, a redução de tributos fez diferença e a queda de 4,61% na energia elétrica residencial fez o grupo Habitação recuar 0,78% no IPCA-15 de julho, informou o IBGE. Com o recuo, o grupo teve impacto negativo de 0,12 ponto porcentual (p.p.) na variação agregada do índice.

Em nota, o IBGE destacou que, em julho, “segue em vigor a bandeira verde, em que não há cobrança adicional na conta de luz”. “As variações de energia elétrica nas áreas foram desde -12,02% em Goiânia, onde houve redução do ICMS de 29% para 17%, a partir de 23 de junho, até 1,09% no Recife”, diz a nota do IBGE.

“Também houve reduções de ICMS em diversas outras regiões” — IBGE

Conforme o instituto, “também houve reduções de ICMS em diversas outras regiões, a exemplo de Curitiba (-10,28%), Porto Alegre (-10,19%) e Salvador (-6,90%), na esteira da Lei Complementar 194 e da sua subsequente incorporação no âmbito das legislações estaduais”.

Transportes caem. Alimentação e bebidas sobem

Foto: Governo Federal

Na contramão dos preços de transportes e da conta de luz, os itens do grupo alimentação e bebidas subiram 1,16% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 de julho. A alta ficou acima dos 0,25% registrado em junho. Também contribuiu positivamente com 0,25 ponto porcentual (p.p.) na variação agregada, de 0,13%, do indicador.

O principal vilão foi o preço do leite e seus derivados. O leite longa vida ficou 22,27% mais caro no IPCA-15 de julho, maior impacto individual de alta no índice agregado do mês, com 0,18 p.p. No ano, a variação acumulada do leite longa vida chega a 57,42%.

Entre os derivados do leite, também ficaram mais caros no IPCA-15 de julho, o requeijão (4,74%), a manteiga (4,25%) e o queijo (3,22%). Outros destaques de alta entre os alimentos foram as frutas (4,03%), que haviam tido queda em junho (-2,61%), o feijão-carioca (4,25%) e o pão francês (1,47%). Com isso, segundo o IBGE, a “alimentação no domicílio” teve alta 1,12% no IPCA-15 de julho.

“Tanto o lanche (2,18%) quanto a refeição (0,92%) tiveram variações superiores às do mês anterior” — IBGE

Já a “alimentação fora do domicílio” teve alta de 1,27% em julho, ante a alta de 0,74% no IPCA-15 de junho. “Tanto o lanche (2,18%) quanto a refeição (0,92%) tiveram variações superiores às do mês anterior (1,10% e 0,70%, respectivamente)”, diz a nota do IBGE.

Apenas os grupos Alimentação e Bebidas e Saúde e Despesas Pessoais (que subiu 0,79% no IPCA-15 de julho, ante 0,54% em junho) aceleraram na leitura de julho. O grupo Vestuário registrou alta de 1,39%, pequena desaceleração ante a alta de 1,77% de junho. “O destaque ficou com as roupas masculinas, cujos preços subiram 1,97% em julho. Além disso, foram registradas altas superiores a 1% também nos preços dos calçados e acessórios (1,57%) e das roupas femininas (1,32%)”, diz a nota do IBGE.

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