A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (7) a operação Rota Vinho, que visa desarticular uma organização criminosa que importava e revendia vinhos de forma ilegal. Os produtos, de origem estrangeira, não passavam por controle sanitário nem continham documentação legal para comércio e circulação no Brasil.
As investigações começaram em maio de 2021, quando foram apreendidas cerca de 2 mil garrafas de vinho sem os documentos fiscais que provassem a entrada legal dos produtos no país. As garrafas eram transportadas com notas fiscais falsas, normalmente relacionando o produto como suco de uva.
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Com o início da operação, foi identificado que uma organização criminosa importava vinhos da Argentina pela região de Porto Vera Cruz, município localizado na fronteira entre o Rio Grande do Sul e o país vizinho. O produto era então armazenado e distribuído para os estados de Santa Catarina e Goiás.
De acordo com a instituição, estão sendo cumpridos 15 mandatos de busca e apreensão nos municípios de Porto Vera Cruz (RS), Santo Cristo (RS), Três de Maio (RS), Santa Rosa (RS), Palhoça (SC) e Goiânia (GO). Os investigados irão responder por contrabando, lavagem de dinheiro e organização criminosa, que somados resultam em penas de 22 anos de reclusão, além do pagamento de multa.
“Destaca-se que a importação ilegal de vinhos, além dos prejuízos fiscais que acarretam a sonegação de milhões de reais em impostos, ainda permite a entrada no Brasil de produtos sem qualquer controle das autoridades sanitárias, podendo causar malefícios a saúde de quem os consome”, afirma a Polícia Federal em comunicado.
Contrabando de vinho no Rio Grande do Sul
No fim de novembro o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e a Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi) realizaram uma operação para fiscalizar estabelecimentos comerciais em Canela e Gramado, ambos municípios do Rio Grande do Sul. A ação foi tomada após a Ouvidoria do Mapa receber denúncias de descaminho de vinhos na região.
Na ocasião, foram apreendidas 1.047 garrafas, tanto de vinhos como de outras bebidas alcoólicas, em mais de 30 estabelecimentos.
*Sob supervisão de Henrique Almeida