Em Criciúma,(SC), agroindústria familiar está fazendo história ao aliar inovação e tecnologia na produção de bananas prata e nanica. No começo, a produção da fruta era só para a comercialização em mercados, mas a atividade evoluiu ao longo do tempo.
O Jefferson Dagostim, que faz parte da quarta geração da família em uma propriedade de 25 hectares, destaca o crescimento:
“Na década de 70, quando foi construída a BR-01, se abriu o mercado para o Rio Grande do Sul e Paulista, e a gente baniu os cachos de banana, despencando elas e colocando em caixas. Em seguida, veio a evolução dos buquês e por fim, as tecnologias começaram a chegar a partir da década de 80″, afirma Dagostim.
Só que as frutas, nem sempre tinham o mesmo padrão, algumas estavam nascendo pequenas e fora do padrão comercial, e a família, em 2015, tomou uma decisão inovadora: para evitar o desperdício, eles decidiram investir na agroindústria transformando a fruta em chips e em banana-passa.
Vanir Zaratta, presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc), destacou a importância da valorização dos produtos processados para fortalecer a agricultura local.
“Tem que agregar valor, tem que verticalizar os produtos e é por isso que Santa Catarina melhora e está melhorando. O nosso produtor está se profissionalizando e assim, a gente consegue levar o conhecimento para outras propriedades e a outros agricultores” disse Zaratta.
Clemente Pedroso, vice-presidente da Faculdade de Educação de Santa Catarina (Faesc), enfatiza a relevância de manter novas gerações no campo, assegurando o futuro da produção agrícola.
“A questão da sucessão familiar, que aqui já estamos na quarta, indo para quinta geração, a gente vê o uso das tecnologias e o cuidado do produtor rural com meio ambiente”, afirmou Pedroso.
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O Secretário de Agricultura de Santa Catarina, Valdir Colatto, complementou destacando que o incentivo à agregação de valor e à inovação são essenciais para transformar o jovem agricultor em empreendedor.
“Agregar valor ao produto faz com que o jovem se torne um empreendedor, porque a atividade agrícola tem que ter resultado, tem que ter lucro, senão as pessoas não ficam no campo”, afirmou Colatto.
Em Santa Catarina, mais de 350 mil propriedades de pequeno porte contribuem para a economia local com produções diversificadas que vão desde a fruticultura até a pecuária.