PALMITOLÂNDIA

Produtora transforma palmito em negócio sustentável focado na educação ambiental 

À frente da Palmitolândia (SP), a empreendedora desenvolveu cerveja, vassoura e até instrumento musical com material da palmeira

Mulher apresentando todos os produtos da Palmitolândia
Gabriela Rodrigues, dona da Palmitolândia, em Iporanga, São Paulo. Foto: arquivo pessoal

Já imaginou brindar com uma cerveja de palmito? Ou então varrer a casa com uma vassoura feita da palmeira? E que tal tocar um tambor com material retirado da palmeira enquanto come um bombocado feito… hum, adivinha do quê? 

Pois é, na Palmitolândia, em Iporanga, interior de São Paulo (SP), o palmito vai muito além da salada e ganha formas que nunca se imaginou.

Quem comanda essas novidades é a Gabriela Rodrigues, produtora rural e jornalista. 

Faz 20 anos que ela trocou as redações e o barulho da capital pelo som da Mata Atlântica, junto às margens do Rio Ribeira de Iguape e na Foz do Ribeirão de Iporanga, que se tornou empreendedora rural.

Hoje, ela não só cultiva palmito pupunha e preserva o juçara como também cria produtos que dão um novo significado ao que se conhece. 

“O dia na roça é assim: começa cedo, alimento os passarinhos, cuido dos animais e começo a ‘palmitar’. Vou cortar, cozinhar, atender turistas e até ensinar os visitantes sobre palmitos”, conta Rodrigues. 

A história de empreendedorismo da Gabriela, mostra como é possível transformar um produto agrícola em um negócio sustentável e inovador, com forte foco em agregação de valor e educação ambiental.

Duas latas de cervejas de palmito
Cerveja à base de palmito. Foto: arquivo pessoal

Sabor, criatividade e palmito em tudo

A empreendedora rural já criou mais de mil receitas, incluindo sushi, quibe, pizza, patê, geleia, macarrão, cerveja e até um doce que parece um bombocado. E tem mais! 

Das fibras da palmeira, ela faz papel. Das folhas que envolvem o fruto, pratos ecológicos. E das folhas secas, saem vassouras que varrem qualquer dúvida sobre o miolo da palmeira.

E como a criatividade não tem limite, até biojoias como colares e pulseiras, a empreendedora já desenvolveu. 

Um dia Gabriela olhou para um caule da palmeira e pensou: “e se a gente fizesse um instrumento musical?” E fez, um tambor. 

Agora, o próximo passo é construir outros instrumentos. Mas os projetos não param por aí, não. 

“Paralelo a tudo isso, a gente está fazendo uma casa com material da palmeira. A intenção é fazer com que os visitantes [colham e comam o palmito] dentro da casa”, relata a produtora que utiliza toda a planta para criar novos produtos que vão muito além do in natura. 

Mas para tirar as ideias do papel e colocá-las em prática, ela buscou qualificação e fez vários cursos no Sebrae, para que o negócio fosse além das porteiras da Palmitolândia. 

Além disso, Gabriela também atua como educadora, promovendo o local como um centro de conscientização e vivência sobre a produção sustentável. 

“Eu me sinto privilegiada por poder viver e passar ensinamentos dos saberes e sabores da floresta e da agricultura, que a gente chama de ouro branco. E quem quiser ‘palmitar’, é só chegar”, ressalta a empreendedora.

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Mulher no agro

Para Gabriela, a mulher que trabalha no agro tem um olhar diferente e faz a diferença.

“Ser mulher na agricultura, para mim, é uma honra e um privilégio. É a certeza de que é possível fazer diferente. Porque a gente pensa diferente. A gente enxerga diferente. Eu pelo menos tenho uma visão totalmente diferente do meu marido. Mas acho que juntos a gente se completa”, afirma a produtora.

Quem diria que uma palmeira poderia virar tantas coisas? 

Porém, pode! E acontece nesse mundo mágico da Palmitolândia! 

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O Porteira Aberta Empreender deseja a todas as empreendedoras um feliz e produtivo Dia Internacional da Mulher!