Produtores de vinho de Jundiaí (SP) estão animados com a chegada de uma estrutura móvel de envasamento da bebida, inédita no país. O maquinário, instalado no baú de um caminhão, promete facilitar a mão de obra do produtor e gerar mais renda às famílias que vivem da atividade.
A família de Rodenei Fontebasso produz cerca de quatro mil litros de vinho O produtor conta que, além de todo o trabalho para conservar e manter a pureza da bebida, era preciso uma verdadeira força-tarefa para envasar e rotular as garrafas. De acordo com Fontebasso, a bebida perde qualidade na passagem de um recipiente pra outro assim como no transporte até a cooperativa.
A envasadora móvel, que começa a ser utilizada nas 16 adegas da Rota da Uva de Jundiaí – destino turístico bastante conhecido no interior de São Paulo – promete mudar essa realidade e dar agilidade ao processo. “É quase uma indústria indo até a sua casa”, diz Fontebasso.
Copiado de modelos europeus e montado na região de Bento Gonçalves (RS), o equipamento custou cerca de R$ 550 mil, valor dividido entre a secretaria de Agricultura do município e a Cooperativa Agrícola dos Produtores de Vinho Jundiaí (AVA).
O presidente da entidade, Amarildo Martins, conta que o valor foi rateado entre as adegas. “Nós procuramos ser bem criteriosos, porque que tem mais volume pagou mais, quem tem menos pagou menos”, afirma.
Para usar a envasadora móvel, basta o produtor agendar o dia e instalar um sistema trifásico de energia na propriedade. O caminhão é dotado de uma bomba de inox, que faz a sucção do vinho, filtrando a bebida para a retirada de resíduos sólidos. O envase é feito automaticamente, a uma velocidade de até 600 garrafas por hora.
Os custos de operação são pagos pela cooperativa. A adoção equipamento faz parte de um projeto de crescimento da Rota da Uva. Com mais tempo e menos custos, a tendência é que os cooperados produzam maior volume e também integrem a agricultura.
De acordo com o presidente da AVA, além de ajudar a promover o enoturismo, a nova forma de envase vai melhorar a qualidade do vinho dos pequenos produtores. “Melhorando a qualidade, acaba vendendo mais; vendendo mais, produz mais e aumenta o lucro no final do mês”, conclui Amarildo Martins.