O movimento que representa mais de 70 grandes empresas ligadas ao agro entregou nesta quarta, 12, aos governadores dos nove estados que fazem parte da Amazônia, um documento que ressalta a importância da preservação do bioma para o futuro do agronegócio brasileiro.
O objetivo do documento é oferecer alternativas de produção sustentável no bioma Amazônia e, ao mesmo tempo, indicar responsabilidades aos governadores, estabelecendo inclusive metas para uma agenda de preservação ambiental em cada estado.
Segundo a presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds), Marina Grossi, as metas são para desenvolver e preservar a Amazônia. “Não falamos apenas de declínio do desmatamento, mas que todos os estados neste caso também tenham metas aspiracionais como todos os governadores falaram do desenvolvimento da Amazônia, aumentando o IDH, respeitando as comunidades tradicionais, com aspirações que tragam metas que tragam retorno para seus estados”, disse.
O governador do Amapá, Valdes Góes, o único que participou da entrevista coletiva, disse que a principal dificuldade para se combater o desmatamento ilegal é a falta de recursos financeiros. “Sem governança territorial ambiental não tem política de sustentabilidade. Não tem como inverter essa situação de que o ilícito acaba construindo uma imagem negativa, que acaba prejudicando as grandes iniciativas empresariais, da sociedade civil e dos governos locais”, disse.
Para o presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), o movimento marca uma abertura importante para o diálogo entre todas as partes envolvidas. Para combater o desmatamento ilegal, ele defende a regularização fundiária e a atualização do Cadastro Ambiental Rural (CAR).
“Todos os setores econômicos do país sempre se referem ao Código Florestal, mas a verdade é que o Código Florestal ainda não foi implementado até hoje. Então, ontem nós conversamos sobre isso no STF, pedindo para que as pautas que ainda causam insegurança jurídica sejam tratadas e hoje conversamos com os governadores sobre os processos de validação e atualização do car que está muito atrasado”, disse o presidente da Abag, Marcello Brito.
Questionado se por trás dessas exigências comerciais feitas por alguns países, além da questão ambiental, há também protecionismo econômico, como no caso da moratória da soja, Brito disse que sempre existirão interesses, mas que vai além disso. “Não existem países amigos. Existem países de interesse e você sobe ou desce a régua nas questões comerciais de acordo com os interesses que existem nesses países. Dito isso, eu passo para uma questão muito mais importante: vocês acham que a questão ambiental é só um jogo comercial? Ou é algo que faz parte da consciência coletiva, principalmente das gerações mais novas do mundo? Já faz parte”, falou.
Marina Grossi explica que todas as empresas signatárias já estão fazendo isso e querem acelerar esse movimento. “Querem terminar o ruído de que atrapalha esse movimento. Eu acho que é um senso de oportunidade que a gente tem e esse movimento é uma prova disso”, falou.