Diversas entidades vendedoras de milho da Argentina decidiram paralisar suas atividades em protesto contra a decisão do governo Alberto Fernandez de proibir a exportação do cereal nos meses de janeiro e fevereiro de 2021. Além disso, grupos de produtores independentes planejam realizar assembleias durante este mês para avaliar possíveis medidas de força contra a decisão oficial.
De acordo com o Ministério da Agricultura do país, a medida foi tomada em pleno plantio do milho 2020/2021 para garantir o abastecimento local do cereal para setores que o utilizam, como o avícola, entre outros ligados à produção.
Segundo o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal, Ricardo Santin, a decisão não deve afetar significativamente o mercado brasileiro. “A Argentina não exportava milho para o Brasil em 2020 , então o fechamento não será de grande impacto para o setor de carne, suínos e aves. Nós acompanhamos bem de perto a situação e acreditamos na palavra da ministra, que veio à ABPA e disse que não vai faltar milho no Brasil esse ano. De fato, o estoque de passagem é menor, às vezes em alguns lugares há falta de disponibilidade por problema de comercialização, não há falta física do produto”, explicou.
Sobre os preços, ele diz que o milho não deve ter picos de altas como no fim de 2020. “Estamos com o milho em patamares maiores que do primeiro semestre, mas não como foi no fim do ano. As exportações foram 18% menores do que no ano anterior, a gente entende que será um ano positivo, mas em patamares mais elevados do que a gente esperava”, disse.
Para o criador, a dica segundo Santin é se adiantar e conversar com o produtor de milho. “Fazer contratos antecipados e não acreditar em especulações”, orienta.