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Agronegócio

Agosto terá 'cara' de La Niña; confira a previsão do tempo para todas as regiões

Inverno continua mais quente do que o normal em boa parte do Brasil, e muitas áreas vão receber pouca umidade

Agosto é um dos meses mais secos do ano no Brasil. Pela previsão da agência americana NOAA, o oceano Pacífico ainda estará em fase neutra, ou seja, sem El Niño ou La Niña. As previsões indicam que o Pacífico equatorial leste estará um pouco mais frio do que a média, e isso pode dar uma certa “cara de La Niña” ao tempo – ou seja, estados como Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul, por exemplo, terão menos umidade. Porém, o Pacífico leste é muito volátil, ou seja, oscila rapidamente de temperatura.

Para agosto de 2020, as previsões indicam chuva dentro da média em grande parte do Brasil. No entanto há previsão de chuva abaixo da média em quase todo o Paraná (o leste do estado é a exceção), oeste de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Mesmo que nessas áreas a previsão indique que vá chover menos, vale lembrar que, como a média para agosto é baixa, qualquer evento de chuva um pouco mais forte do que o previsto pode deixar a chuva dentro da média. Os locais com chuva acima da média são: sul e leste do Rio Grande do Sul, leste do Nordeste, Roraima, Amapá, norte do Amazonas e norte do Pará.

Fonte: Somar Meteorologia

Na região Sul, a situação dos reservatórios melhorou muito com as chuvas de julho. Muitos reservatórios estão com capacidade acima de 60%, sendo que alguns estão até mesmo em 100%. A questão é que os reservatórios do Sul necessitam de chuva frequente, ou seja: choveum o nível sobe rápido; parou de chover, diminui. Sendo assim, com a diminuição da chuva principalmente na primeira metade de agosto, a tendência é de que os níveis caiam até o fim do mês.

Já em relação a temperatura, mantém-se o previsto anteriormente: o inverno continua mais quente em praticamente todo o Brasil. Para agosto, as regiões com temperaturas acima da média serão: Rio Grande do Sul, centro e oeste de Santa Catarina, metade norte de São Paulo, quase todo o Centro-Oeste (exceção da metade sul de Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e leste de Goiás), região Norte e o Maranhão. Em todas as outras áreas do Brasil, temperatura dentro do normal.

Fonte: Somar Meteorologia

Porém, é normal ter ondas de frio mesmo com temperatura final acima da média no fim do mês. Podem haver de três a quatro ondas de frio mo período: uma no começo do mês; outra no fim da primeira semana, e que deve ser a mais forte; uma terceira na virada da quinzena; e, possivelmente, ainda uma quarta onda de frio, menos intensa, no fim de agosto. A segunda onda de frio (no fimda primeira semana) é com maior potencial para geada generalizada, principalmente na região Sul .

Retrospectiva de julho

O mês de julho foi marcado por chuvas frequentes nos extremos Sul e Norte do país e tempo seco no interior. Alguns bloqueios atmosféricos no oceano Pacífico foram responsáveis por “prender” as chuvas mais volumosas no Sul, com deslocamento póstumo direto para o Atlântico e sem atingir o Sudeste e o Centro-Oeste de forma mais efetiva.

A única exceção foi uma frente fria que conseguiu avançar pela costa do Sudeste e provocou quase toda a chuva esperada para o mês em Santos, no litoral paulista. No sul do Espírito Santo, na cidade de Rio Novo do Sul, choveu 197 milímetros nas últimas 24 horas, o que representa 4,5 vezes o esperado para julho, que tem média climatológica de 44 milímetros.

No Sul, chamou a atenção o desenvolvimento de dois ciclones extratropicais intensos, um na virada de junho para julho e outro praticamente uma semana depois. Eles foram responsáveis por estragos generalizados na região, por conte de chuvas volumosas e ventos fortíssimos.

Até o dia 28 de julho, a cidade brasileira em que mais choveu foi Vacaria (RS) com 394 milímetros (130% acima da média). Por outro lado, não choveu uma gota sequer no Brasil central e também em capitais como Teresina (PI) e todas do Centro-Oeste – regiões onde é normal não chover muito em julho.

Segundo dados do Inpe, até 27 de julho, Mato Grosso era campeão no número de queimadas com 1.945 focos, seguido do Maranhão, com 1.435 focos, e Pará, com 1.378 focos. As temperaturas mínimas ficaram acima do normal em grande parte do país. As exceções foram o Rio Grande do Sul, onde estiveram na média por causa de ondas de frio frequentes, e a região agrícola do Matopiba, com temperaturas ligeiramente abaixo.

As temperaturas máximas da tarde ficaram acima da média na maior parte do Brasil com exceção do Rio Grande do Sul, oeste de Santa Catarina e leste do Paraná, onde ficaram entre a média a abaixo da média. Mesmo assim, houve um período de calor no Sul na segunda quinzena do mês, considerado até um “veranico” fora de época.

Até 28 de julho, houve episódios de geada em cinco ocasiões ao longo do mês no Paraná e em seis ocasiões nas serras Gaúcha e Catarinense. Por fim, houve registro também de chuva congelada em Pinheiro Machado (RS), no último fim de semana do mês.

 

 

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