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‘Agronegócio não pode ser responsabilizado por desmatamento do país’

Miguel Daoud rebate carta enviada por Europeus, dizendo que o setor produtivo pode ser penalizado por desmatamento na Amazônia

O grupo de países denominado Parceria das Declarações de Amsterdã, atualmente liderado pela Alemanha, enviou uma carta aberta ao vice-presidente Hamilton Mourão manifestando preocupações de que o Brasil esteja recuando em relação às medidas de proteção ambiental.

De acordo com a carta, “enquanto os esforços europeus buscam cadeias de suprimento não vinculadas ao desflorestamento, a atual tendência crescente de desflorestamento no Brasil está tornando cada vez mais difícil para empresas e investidores atender a seus critérios ambientais, sociais e de governança”.

No documento, os governos ainda dizem que “contam com um compromisso político firme e renovado por parte do governo brasileiro para reduzir o desflorestamento e esperam que isso se reflita em ações reais imediatas.”

Para o comentarista do Canal Rural, Miguel Daoud, não se pode colocar a culpa no agronegócio sobre este tema. Para ele, há uma jogada política dos países europeus para poder proteger os próprios negócios. “A vida do produtor rural não é fácil. Se tem alguém que quer preservar é o produtor rural. Falam que o produtor é quem promove essas queimadas, onde os mais prejudicados são os agricultores e pecuaristas. A ciência explica boa parte dessas queimadas. No ano passado, a Austrália sofreu muito com essas queimadas e agora é o Brasil”, disse.

Para ele, o Brasil precisa continuar a combater o desmatamento ilegal, como faz há muitos anos. “O Brasil é único país do mundo com esse código florestal, não existe espaço para desmatamentos legais. Temos que começar a entender essa lógica dos Europeus, pois todos sabem que somos um país muito competitivo. Nessa disputa, o que não pode é o produtor pagar o pato”, finalizou.