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Rural Notícias

Alexandre Garcia: ‘População que foi às ruas pede urgência aos políticos’

Para o comentarista, o povo está cansado do jogo político e enfrentou o risco do coronavírus para dar um recado muito claro ao Congresso

Os presidente da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, respectivamente, criticaram neste domingo, 15, o presidente Jair Bolsonaro. Durante manifestação em Brasília, Bolsonaro, cumprimentou eleitores e participou do protesto por mais de uma hora. Confira, na íntegra, o comentário de Alexandre Garcia sobre esse assunto:

O que a gente pode perceber é que o presidente da Câmara e Senado queriam criticar mesmo eram os milhões que foram para as ruas. Mas ficou mais fácil criticar o presidente, ignorando que o próprio Jair Bolsonaro pediu dias antes para que a população repensasse esses atos.

Os presidentes da Câmara e do Senado têm que se perguntar por que o povo está tão irado, contrariando as recomendações do presidente, dos governadores e o medo do coronavírus, imposto pelo noticiário. Mesmo com isso tudo, saíram correndo o risco de contágio, aos milhões, de moto, caminhando, e muitos deles chegaram ao Palácio do Planalto.

Certamente os dois prefeririam que o presidente ficasse em casa, porque os noticiários seriam assim: “Presidente dá as costas para os seus apoiadores”.

Mas o presidente foi lá e, segundo o “cumprimentômetro”, o presidente cumprimentou 272 pessoas. Ele vai fazer o segundo exame amanhã.

O fato é que ele foi lá, cumprimentou as pessoas que não deveriam ter feito aglomeração, mas fizeram. Será que não dá para ler o que as pessoas quiseram dizer? 

Quiseram dizer o seguinte para o presidentes da Câmara e Senado: vocês não estão dando a urgência necessária às medidas legislativas de que o país precisa. Isso foi combinado claramente nas urnas de outubro de 2018 e parece que vocês não souberam ler as urnas porque estão acostumados com o tempo que o eleitor comparecia às urnas e depois não dava mais bola, deixando os políticos conduzindo o estado brasileiro. Não é mais assim.

Hoje, no Brasil, funcionam os três poderes, como manda a Constituição. Não se oferece pedaços do Executivo para o Legislativo, como ministérios e estatais, o que provoca uma reação dos fisiológicos lá de dentro. Em troca, para pegar fatias cada vez mais grossas do orçamento, vão fazendo esse tipo de ameaça, que o general Heleno até já chamou de chantagem.

O que eles precisam entender é que o povo não recebe mais informação de uma única fonte. Por isso o povo foi, irritado, às ruas para dizer que está esgotando a paciência. Mesmo correndo o risco, esses milhões foram para dizer que Brasília está precisando de uma legislação à altura da necessidade do seu futuro.

Para o Judiciário, o recado foi de que não é mais aceitável defender corruptos. O resultado das urnas foi contra a corrupção. Essa foi a mensagem clara que eu ouvi das ruas.

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