Representantes da União Europeia, Ásia, Arabia Saudita e África do Sul participaram nesta terça-feira, 27, de um encontro para discutir o cenário das exportações brasileiras. São 24 pessoas espalhadas pelo mundo com a carreira de adido agrícola, criada em 2008 para facilitar o acesso ao mercado internacional de produtos do agronegócio brasileiro.
Com a projeção de quase 80% da população mundial vivendo apenas na Ásia até 2050, o ex-secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura Benedito Rosa acredita que o Brasil deve focar em outros mercados da Ásia, e não só a China.
De acordo com ele, os principais produtos a serem exportados são proteína animal e vegetal. “Eles [Ásia] não têm condição de produzir tudo que os seus mercados necessitam. Alguns países da Ásia não possuem solo e clima possível para grandes extensões de plantio de grãos nem pecuária e, consequentemente, eles têm que importar soja, milho e outros componentes para ter uma avicultura e suinocultura razoável. Serão demandas, e seria prioritário para o Brasil avançar nessa direção”, afirma.
Para Benedito, o Brasil deveria seguir o exemplo da Argentina, que exporta volumes semelhantes para a China e o resto da Ásia. “Temos que abrir os olhos, estudar e ter estratégia de inserção nos outros mercados importantes da Ásia. Indonésia, Singapura e Japão são países que na próxima década devem formar um conjunto que deve ser tratado como prioridade pelo Brasil”, completa.