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‘Aumento da Cide na gasolina é uma medida impopular, mas necessária’

Celso Grisi, professor da USP, comenta o cenário do etanol e o que é necessário fazer para que o biocombustível continue competitivo

Questionado sobre o pedido da indústria de etanol para  uma alta da Contribuição de Intervenção de Domínio Econômico (Cide) na gasolina, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira, 7, que sua política é de não aumentar imposto.

O setor sofreu uma queda de cerca de 50% no consumo em abril, segundo dados do próprio governo, e também uma pressão nos preços, em um momento em que a safra de cana-de-açúcar no Centro-Sul está só começando.

Para o presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Evandro Gussi, essa não é a resposta que o setor esperava. De acordo com ele, a situação é extremamente preocupante e o segmento está cada dia à beira de um colapso. Diante disso, a entidade deve buscar estudar junto aos ministérios da Agricultura, Minas e Energia e Economia o que pode ser feito para minimizar os danos.

Para o professor da Universidade de São Paulo (USP) Celso Grisi, apesar de aumento da Cide ser uma medida impopular, pois aumentaria a carga tributária sobre o cidadão brasileiro, ela  é necessária.

O comentarista afirma que os reajuste feito no preço da gasolina esta semana, de 12%, foi pouco e que deveria ter sido de 25%. “Dessa maneira, nós teríamos uma manutenção da política que consagra a relação de paridade dos preços internos com o preço internacional”, diz.