O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) registrou aumento significativo, de 13,7%, nos preços dos derivados do trigo no mês passado. Segundo a entidade, já é possível ver a busca por farinhas designadas para a produção de massas e bolachas com a flexibilização das atividades não essenciais.
O analista de mercado Walter Filho afirma que a alta no preço se dá pela combinação de uma safra menor no ciclo 2019/2019, exportações aquecidas de arroz e câmbio em alta. “São três fatores que fazem com que, no fim da entressafra, a demanda seja maior que a oferta e, com isso, o preço firma”, diz. Moinhos também se depararam com demanda maior do consumo doméstico por massas.
Com a reabertura gradual do comércio, Walter Filho afirma que Brasil terá que importar trigo de outros países, mas não por um problema de abastecimento. Ele acredita que no fim de agosto, no Paraná, sem problemas climáticos, há expectativa de uma grande safra.
Sobre a tendência de preços no mercado internacional, o especialista destaca que 90% do trigo vem do hemisfério Norte. Segundo ele, a Europa, por problemas climáticos, vai exportar menos, mas como o hemisfério Sul começa a colheita agora, o mercado encontra um equilíbrio nos preços.