A escassez de chuva dos últimos anos impactou a oferta de pastagens nativas no Brasil, tornando produzir mais em áreas limitadas um dos grandes desafios dos pecuaristas. No ano passado, o ciclo de chuvas favoreceu a recuperação dos pastos que vinham sofrendo com a redução dos volumes de chuva desde 2015.
Ainda não se estabeleceu uma regularização das condições hídricas do solo e dos rios a ponto de normalizar as condições das pastagens, porém, já dá para afirmar que a situação é bem melhor do que nos anos mencionados.
O principal rebanho de corte se concentra no Centro-Oeste e Sudeste, principalmente em Mato Grosso, Minas Gerais e São Paulo. Esses estados têm os ciclos de períodos chuvosos e secos mais bem definidos.
No verão, o pasto fica verde, mas as pastagens não tem desenvolvido todo o potencial de crescimento de feno e folhas. Em termos de tamanho e duração de ciclo, as pastagens estão mais deficitárias.
“Investimentos em pesquisas, novas pastagens e suplementação alimentar no período seco se fazem necessários, especialmente para o gado de leite”, diz o meteorologista da Somar Fábio Luengo. Essas condições representam aumento de custo para o pecuarista, portanto, um verão mais chuvoso colabora.
Para 2020, embora a gente não tenha nenhuma previsão de fenômeno climático extremo, os problemas estruturais devem continuar.
Comparando alguns dados dos Censos Agropecuários fica nítido o efeito da diminuição de chuvas. Em 1975, tínhamos 125 milhões de hectares de pastagens naturais e apenas 39 milhões de hectares de pastagens plantadas. Já em 2017, percebemos uma inversão: apenas 46 milhões de hectares são de pastagens naturais enquanto que temos 111 milhões de hectares de pastagens plantadas, que demandam maior manutenção e custos.