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Rural Notícias

Covid-19: China pede que Brasil considere suspender exportações de alimentos

Para o presidente da Câmara de Comércio Brasil-China, no entanto, a China depende dos produtos brasileiros e os países devem entrar em entendimento para continuar a parceria comercial

Uma autoridade sanitária da China pediu que o Brasil considere suspender exportações de alimentos vindos de estabelecimentos com casos de Covid-19. O pedido foi informado ao Ministério de Relações Exteriores do Brasil, o Itamaraty, por um ofício da embaixada brasileira no país asiático.

No documento, a embaixada do Brasil na China explica que o pedido partiu da administração geral de aduanas da China. N quarta-feira, 16, o órgão enviou um ofício em que diz esperar que autoridades sanitárias brasileiras considerem suspender as exportações de alimentos  vindos de estabelecimentos que possuam funcionários infectados com Covid-19 ou com suspeita de infecção. A decisão veio após novos surtos de doença identificados em Pequim e o país teme que haja risco de contaminação do novo coronavírus por alimentados.

A autoridade sanitária chinesa ainda pede para ser notificada de casos de infecção identificados, das possíveis suspensões de exportações e também das medidas adotadas pelo Brasil para evitar a contaminação de alimentos pelo novo coronavírus. O Ministério de Relações Exteriores repassou o ofício para o conhecimento do Ministério da Agricultura.

Análise

Segundo o presidente da Câmara de Comércio Brasil-China, Charles Tang, essas são apenas medidas preventivas de combate ao novo coronavírus. “Eu acredito que os chineses não vão parar de comer, então não devem suspender totalmente as importações. Logicamente a China tem uma preocupação com a segunda onda ano de Covid, que começou em um mercado de comidas molhadas, mas vários testes foram feitos em portos e agora estão querendo que o exportador faça uma declaração assumindo a responsabilidade pela não contaminação dos produtos exportados”, disse.

Para Tang, a situação da pandemia é similar nos EUA, maior concorrente do Brasil e, sem esses países, a China não consegue suprir a demanda por alimentos. “A Covid-19 também está alta nos EUA, e a Austrália tem problemas com a China, então não acredito que os outros países sejam capazes de suprir essa demanda”.

Diante deste cenário, completa Tang, não deve haver rompimento de relações. Eu não acredito que vá haver um rompimento de importações vindas do Brasil. Os brasileiros devem ter a obrigação de defender os interesses nacionais, digo isso porque temos muitos brasileiros que não são tão patriotas que atacam a China, que é o principal parceiro brasileiro. O interesse nacional é de um estreitamento de relações entre os países”, finalizou.

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