Fabrício Queiroz, ex-assessor do hoje senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), foi preso no início da manhã desta quinta-feira, 18, em Atibaia, interior de São Paulo. A ação faz parte da Operação Anjo, que cumpre ainda outras medidas cautelares autorizadas pela Justiça, relacionadas ao inquérito que investiga a chamada “rachadinha”, em que servidores da Assembleia Legislativa do Estado (Alerj) devolveriam parte dos seus vencimentos ao então deputado estadual Flávio Bolsonaro.
Queiroz era lotado no gabinete do parlamentar à época em que Flávio era deputado estadual. O nome de Fabrício Queiroz consta em um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que aponta uma movimentação atípica de R$ 1,2 milhão em uma conta em nome do ex-assessor.
Para o comentarista do Canal Rural Miguel Daoud, é importante ressaltar nesse momento que as investigações envolvem o senador Flávio Bolsonaro e que não há nenhuma ligação com as atividades do presidente da República.
“Essa investigação das rachadinhas começou em 2016 e abrange quase a totalidade dos parlamentares da assembleia legislativa do Rio de Janeiro. Um dos envolvidos é o Queiroz e ele nem é o que mais movimentou dinheiro nessa apuração do Coaf, mas pelo fato de ser assessor do filho do presidente, foi um assunto que ganhou muita mídia”, disse.
Para o comentaristas as provas indica não só o envolvimento de Queiroz, como também da esposa, que até a noite desta quinta estava do justiça. Fabrício Queiroz foi encontrado na casa do advogado Frederick Wassef, que teria entre os clientes Flávio Bolsonaro.
“O advogado não é advogado do Jair Bolsonaro, ele faz as teses, é um amigo que frequenta a casa do presidente e, por várias vezes, ele disse que não sabia onde estava o Queiroz, e de repente o Queiroz ta na casa dele. Eu não estou dizendo que o Queiroz ou Flávio sejam inocentes, mas se forem culpados, que paguem por isso. Mas o que não se pode fazer é noticiar, como fizeram hoje, que estavam fazendo apreensão na casa do presidente. Isso não é verdade”, completou.
Segundo Daoud, Bolsonaro deve tratar a situação com naturalidade, como fez nesta quinta. “Sabemos que ninguém vai contar o caso do Fabrício sem citar o presidente Bolsonaro, mas o filho do presidente não é o presidente. Até agora, não se apurou nada que se pudesse incriminar Jair Bolsonaro”, concluiu.