A diretoria da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) suspendeu a tabela de preços mínimos de fretes rodoviários até que seja resolvido o impasse com caminhoneiros que questionaram a última tabela publicada na semana passada. Com a decisão da ANTT, a tabela anterior, referente ao ano passado, volta a valer.
Uma nova reunião com os caminhoneiros está prevista para esta quarta-feira, dia 24. Já nesta terça, 22, em cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro vai lançar oficialmente um novo plano destinado ao mercado de gás para diminuir o consumo de diesel no país e estimular a conversão de caminhões para gás natural, uma forma de tentar reduzir o custo com o frete.
Em nota, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) reiterou o posicionamento contrário ao tabelamento obrigatório do frete e ressaltou que os últimos acontecimentos reforçam a necessidade de uma decisão urgente do Supremo Tribunal Federal sobre o tema, que deve julgar a constitucionalidade da tabela em 4 de setembro.
Para o comentarista Miguel Daoud, o impasse em torno do assunto demonstra a falta de preparo do governo em lidar com a classe dos transportadores. “ Isso é lamentável, porque mostra que o governo não consegue nem ao menos se entender com os caminhoneiros”, afirma.
“O governo está com medo de ter uma nova paralisação, e não pode ser assim. O governo está se sentindo ameaçado pelos caminhoneiros e estão cedendo a qualquer coisa. Mas veja só, diversos setores do agronegócio estão ruins também por falta de lucro, e aí imagina o que seria se todos parassem”, diz o comentarista.