Em entrevista coletiva para atualização de dados da pandemia de Covid-19 no país, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que recebeu, na manhã desta quarta, 15, o pedido de demissão do secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, e não aceitou a saída do gestor. “Nós [ele e sua equipe] entramos juntos e vamos sair juntos”, disse Mandetta, no Palácio do Planalto.
No início da tarde desta quarta-feira, o Ministério da Saúde informou à imprensa que Wanderson de Oliveira havia pedido demissão. Foi nesse clima de incerteza que a principal pasta de combate ao coronavírus no governo Bolsonaro passou o dia.
De acordo com o comentarista Miguel Daoud, a demissão de Mandetta deve ser anunciada já nesta quinta-feira, 16. “Isso é inevitável, pois existem muitos confrontos na pasta com o presidente. Ainda hoje o ministro Mandetta questionou o ministro da Ciência e Tecnologia, que anunciou um estudo com um remédio que pode curar a Covid-19”, disse Daoud.
Para ele, esses desentendimentos acabam desautorizando tanto o presidente quanto o ministro, e a situação se torna insustentável. “ Amanhã ele sai. A decisão sai amanhã, pois o presidente Bolsonaro deixou essa situação acontecer hoje para não desgastar ainda mais a relação”, comentou.
A expectativa agora, segundo ele, é sobre quem deve assumir o cargo. “Será que vai adotar a mesma linha da OMS ou com uma orientação mais alinhada com a do presidente, que quer alinhar o combate ao vírus com a economia”, finalizou.
Sobre o mercado financeiro, Daoud comenta que a queda de Mandetta já foi assimilada e não deve gerar tanto impacto.