A ministra da agricultura, Tereza Cristina, defendeu durante seminário em Lisboa, Portugal, a aprovação do acordo entre Mercosul e União Europeia. Para a ministra, o acordo não representa ameaça à preservação ambiental. A implementação do acordo de livre comércio entre os blocos também foi defendida pela ministra da Agricultura portuguesa, Maria do Céu Antunes, que também participou do encontro.
Para o comentarista Miguel Daoud, é mais interessante para o Brasil atualmente é investir em acordos bilaterais, e não em acordos de blocos. “A eficácia desse acordo é demorada a partir do momento que se precisa da aprovação de 27 membros da União Europeia. Três países já deram voto contrários ao seu parlamento à adesão a esse acordo. A ministra Tereza Cristina foi convidada pela ministra portuguesa para a fazer uma visita e destravar alguns acordos entre os dois países. A ministra brasileira valeu-se desse momento para defender o acordo porque Portugal é um dos membros da UE e a ministra de Portugal disse que o país estaria alinhado com esse acordo”, disse.
“O acordo é importante, não tenha é importante, não tenha dúvida é mais importante para a União Europeia. Por exemplo, a França tem mais de 100 empresas no brasil, e quantas empresas o Brasil tem na França? Hoje, nossos produtos agropecuarios são mais caros do que os produtos da Europa, porque lá há um subsídio muito grande”, completou o comentarista.
Segundo Daoud, o produtor brasileiro não deve ficar eufórico com um eventual fechamento do acordo entre os dois blocos. “Eu não estaria tão eufórico com esse acordo porque, na realidade, o Brasil levaria uma tremenda desvantagem. Queijos da Itália, por exemplo, seriam mais baratos do que queijos produzidos no Brasil. O acordo deveria ser precedido de um entendimento melhor da nossa agropecuária para que ela possa ser competitiva. Em que somos competitivos? Em carne, soja e milho. Acho que a gente acaba parando por aí, além de frutas, que precisam de uma logística complicadíssima”, disse.
“Eu acho que é importante a ministra defender o Brasil nessa questão ambiental, mas não vejo nenhuma vantagem imediata em nenhum acordo dessa natureza com a União Europeia”, finalizou.