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Daoud: O céu é o limite para o dólar e moeda pode chegar a R$ 6

De acordo com o economista Roberto Padovani, o mercado está sem referência e acaba operando sem informações precisas, o que gera volatilidade

Novo balanço divulgado pelo Ministério da Saúde nesta quinta-feira, aponta que o brasil tem 77 casos confirmados do novo coronavírus. As bolsas internacionais despencaram novamente durante o pregão após anúncio feito ontem pelo presidente Donald Trump de restringir as viagens da Europa aos Estados Unidos.

Para entender os pontos mais importantes desse dia histórico para a economia brasileira, conversamos com o economista-chefe do Banco BV, Roberto Padovani, que avalia que a crise atual ainda vai piorar. “O que notamos é que mercado norte-americano tem ficado a cada dia mais preocupado de acordo com o avanço da doença. Como não chegamos ao pico do contágio, a tendência é a crise piorar”, falou.

Para ele, essa crise atual é reflexo de medidas sanitárias e um prolongamento prejudicaria o faturamento das empresas. “Se ela demorar para se dissipar, aí teremos um problema real para a economia”, contou.

Dólar a R$ 6?

No Brasil, um dos destaques para a crise do coronavírus é a escalada do dólar, já que investidores buscam a segurança da moeda estrangeira. Para o comentarista do Canal Rural, Miguel Daoud, a moeda que encostou na casa dos R$ 5 nesta quinta, poderia ir além e chegar até os R$ 6.

“O céu é o limite, já que o mercado está referência e pode continuar a subir sem parar. O dólar pode, sim, chegar aos R$ 6”, disse Daoud.

Para Padovani, o grande problema é que todos os preços dos ativos financeiros, como bolsa, juros e câmbio deixaram de refletir fundamentos e refletem a falta de informações. “Na prática, não se sabe quando o dólar vai estar em uma semana ou duas, e aí são embutidos prêmios de risco, o que resulta em muita liquidez. Não dá para falar em patamar razoável do câmbio. O razoável já foi há muito tempo”, completou.